Saúde

Qual tipo de máscara é mais eficaz contra variante da covid-19? Especialistas explicam!

Máscaras de tecido oferecem 70% de proteção, de acordo com estudos do Centro de Controle e Prevenção de Doenças

Nadine Silva Alves

Redação Folha Vitória
Foto: Ricardo Wolffenbuttel/Governo de SC

Com a circulação de novas variantes da covid-19, especialistas recomendam atenção à capacidade de filtragem das máscaras para evitar o contágio da doença. Legislações, estaduais e municipais, obrigam que elas sejam utilizadas no Espírito Santo e em outros estados. De acordo com estudos do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, as máscaras de tecido oferecem aproximadamente 70% de proteção.

A infectologista Carolina Salume explicou que estudos desenvolvidos nos Estados Unidos, em fevereiro deste ano, apontaram para a necessidade de uma atenção maior na hora de escolher as máscaras. As de tecido, que são as mais comuns, ainda são indicadas para a população, porém, a recomendação é que sejam utilizadas, de uma só vez, duas máscaras. "Ao usar duas máscaras de tecido, você precisa ter a certeza que ela está bem acoplada e vedando o rosto, ou seja, não permitindo que as secreções escapem", disse.

Dicas para o uso das máscaras:

1- Usar duas máscaras de tecido e lavá-las diariamente;
2- Usar duas máscaras, sendo uma de tecido e outra máscara cirúrgica por baixo da de tecido. As máscaras cirúrgicas são aquelas encontradas em farmácias e não são reutilizáveis;
3- Usar apenas a máscara cirúrgica. A recomendação é que seja dado um nó, próximo ao ouvido, para que ela vede completamente a boca, o nariz e o queixo;
4- Usar máscaras PFF2 e N95; equipamentos de proteção usados e recomendados para os profissionais de saúde.

A infectologista destacou, ainda, que não há uma especificação de tecido exato. Segundo ela, o melhor mesmo é utilizar duas. No entanto, é importante que elas sejam lavadas diariamente, com o uso de água corrente e sabão.

A infectologista Ethel Maciel reforçou que ao usar máscaras de tecido é bom optar por tecidos diferentes. "As máscaras de acrílico precisam ser aposentadas. Elas não protegem. O melhor a ser feito é usar duas máscaras de tecido, e de preferência, de panos diferentes, como por exemplo, a superior de TNT e outra de outro tecido", completou Ethel.

Além disso, Ethel Maciel ressaltou que com o surgimento de duas novas variantes, a P1 e P2, as máscaras de tecido não podem ter costura na frente.

Como saber se a máscara de tecido protege?

A médica Carolina Salume chama a atenção para os testes com aerossóis, que podem ser eficientes, mas não totalmente confiáveis. "A transmissão de covid-19 é por meio de gotículas e não aerossóis. Então, fazer o teste com aerossol é importante, mas ´´e preciso tomar um cuidado com as secreções em si, já que as gotículas são maiores que o teste de desodorante", explicou.

Cuidados na manipulação da máscara

- Evite colocar a mão toda hora no rosto;
- Não vire a máscara, ou seja, não varie o uso da parte externa com a parte interna. "O lado de fora da máscara está contaminado e não deve ser reutilizado de forma alguma" salientou a infectologista.
- Higienize sempre as mãos quanto for tirar a máscara para comer ou beber algo;

Apesar da máscara de tecido ter uma durabilidade maior, já que pode ser lavadas, é preciso ficar atento à saturação, ou seja, quando ela é usada por muito tempo. Isso pode ser percebido pela dificuldade na respiração e pela transpiração intensa. Quando esses sinais surgirem é hora de trocar.

Ainda de acordo com as infectologistas Salume e Maciel, o uso de filtros de papeis embaixo da máscara não são confiáveis também. "A solução mais eficaz é o uso de duas máscaras de tecido para evitar a contaminação e os cuidados de higienes que devem ser mantidos", frisaram elas.

Máscaras PFF2 e a N95

As máscaras PFF2 e a N95 são equipamentos de proteção usados por profissionais de saúde e a procura em larga escala pode provocar sua escassez. O uso desses tipos de máscara fora do ambiente hospitalar é recomendado para imunodeprimidos ou em locais fechados com grande concentração de pessoas.

Tanto a N95 quanto a PFF2 têm efeitos equivalentes na proteção contra o vírus, de 95%, desde que não tenham válvulas. “A válvula permite que o ar seja expelido, facilitando a disseminação do vírus”, explica a infectologista Claudia Maruyama, do Hospital San Genaro, em São Paulo.

Essas máscaras são mais rígidas e precisam ser ajustadas à face, o que pode dificultar o uso correto. “A diferença entre elas está apenas na nomenclatura, que está relacionada à destinação e ao registro. A N95 era produzida para profissionais da saúde e a PFF2 era usada em fábricas e indústrias”, explica Cláudia.

*Com informações do Portal R7 e da TV Vitória/Record TV

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