Saúde

Morrem por ano 1,35 milhões de pessoas em acidentes no trânsito

As principais vítimas são crianças e jovens de 5 a 29 anos

Foto: Pixabay
Entre 20 e 50 milhões de pessoas sofrem lesões em acidentes de trânsito por ano. 

A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, da Organização das Nações Unidas (ONU) fixou uma ambiciosa meta quanto à segurança no trânsito, com o propósito de reduzir pela metade, até 2020, o número de mortos e feridos por acidentes de trânsito em todo o mundo. Mas essa realidade infelizmente ainda está longe de ser alcançada. 

A principal causa dessas lesões nas grandes cidades, segundo a fisioterapeuta Intensivista Thatiane Maia é acidentes automobilísticos envolvendo motociclistas. 

Levantamento da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) mostra que cerca de 1,35 milhões de pessoas morrem a cada ano vítimas de acidentes no trânsito. Entre os mais atingidos estão crianças e jovens de 5 a 29 anos.

Segundo a Organização, entre 20 e 50 milhões de pessoas também sofrem lesões não fatais devido a um acidente de trânsito por ano, muitas delas resultando em incapacidade. As lesões medulares ocorrem quando a medula espinhal é danificada, seja por trauma, doença ou defeito congênito, ocasionando paralisia temporária ou permanente dos músculos dos membros e do sistema nervoso autônomo, bem como alterações na sensibilidade dependendo da localização e extensão da lesão. De acordo com Thatiane, a fisioterapia é de suma importância e indispensável na assistência desses pacientes.

Para a OPAS, uma forma de evitar os acidentes é por meio da severidade em leis de trânsito. " Se as leis relacionadas à direção sob efeitos do álcool, uso de cinto de segurança, limites de velocidade, capacetes e sistemas de retenção para crianças não forem cumpridas, elas não poderão resultar na redução esperada nas mortes e lesões no trânsito”, aponta a entidade. 

José Aurélio Ramalho, diretor-presidente da ONSV (Observatório Nacional de Segurança Viária), avalia que o Brasil evoluiu bastante por conta das diversas ações realizadas em todo o país, visando conscientizar os motoristas. “No entanto, há fatores prejudiciais ao cumprimento da meta estabelecida pela ONU, como a falta de compromisso de gestores públicos, da iniciativa privada e, acima de tudo, da própria sociedade, que precisa compreender que seu comportamento individual afeta o coletivo”, comenta.

Fiscalização e penalização de infratores também são apontadas pela ONSV como peças-chave para a diminuição no número de acidentes, já que as pesquisas da entidade mostram que, para cada infração de trânsito registrada no Brasil, ocorreram 11,8 mil infrações não registradas. O índice demonstra que é necessário aprimorar o sistema de fiscalização brasileiro. “A presença do Estado nas vias, ou seja, a fiscalização de forma ostensiva, certamente fará com que ocorra uma sensível redução no número de acidentes de trânsito”, confirma Ramalho.

A Década Mundial de Ações para a Segurança Viária, que se encerra no próximo ano, tem o objetivo de reduzir em 5 milhões o número de mortes no trânsito - o que representa 50% da projeção do número de óbitos causados por sinistros no mundo para 2020. 

“A Organização Mundial de Saúde recomenda no mundo todo o uso de medidores eletrônicos de velocidade – os famosos radares - como alternativa para a prevenção de acidentes de trânsito e redução da gravidade, no caso da ocorrência do evento. Essas tecnologias de trânsito auxiliam órgãos e gestores públicos a pensarem e gerirem mobilidade urbana, além de ajudarem a conscientizar motoristas em relação ao cumprimento das regras e leis de trânsito”, destaca Luiz Gustavo Campos, diretor e especialista em trânsito. 

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