Saúde

Cirurgias pós-parto ajuda mulheres a retomarem a forma e autoestima

Recomendação é que as novas mamães aguardem, no mínimo, 8 meses após o parto antes de realizarem cirurgias estéticas

Foto: Divulgação

A proporção de mulheres que tiveram filhos após os 30 anos vem aumentando no Brasil. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o número de nascimentos com mães entre 30 e 44 anos aumentou 36% entre 2008 e 2018; enquanto os nascimentos de bebês de mulheres na faixa dos 20 anos reduziu em 16,1%. 

Essa tendência é um reflexo da independência feminina e de uma geração de mulheres que priorizam carreiras e estudos antes da maternidade. De acordo com o cirurgião plástico e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Espírito Santo (SBCP/ES), Ariosto Santos, a gravidez passou a ser um dilema estético. Hoje as mulheres são mais independentes e não abrem mão de estarem bonitas e bem cuidadas. 

O cirurgião plástico explica que a medicina dispõe de diversas medidas de prevenção para que as novas mamães não percam o controle sobre suas formas físicas originais, que vão desde dietas e atividades físicas coordenadas até a cirurgia plástica. “É importante salientar que o processo de perda de peso pós-parto é gradativo. Deve-se ter paciência, força de vontade e entender que a volta ao peso ideal pode levar até um ano”, aconselha.

No entanto, alguns efeitos da gravidez podem permanecer mesmo após a mulher voltar ao peso ideal, como flacidez, aumento das mamas e acúmulo de gordura na região do abdômen e quadril. “São situações que incomodam as mulheres e podem ferir a autoestima. Só que antes de optar pela cirurgia, devemos levar em consideração as alterações hormonais e adaptações anatômicas após o parto e durante o período de lactação, pois isso, indicamos aguardar o prazo mínimo de oito meses após o parto ou o término da lactação para fazer uma avaliação adequada da paciente e decidir qual a técnica mais indicada para a cirurgia”, destaca o médico.

Tendência nos EUA

O “mommy makeover” é uma tendência que se tornou popular nos Estados Unidos e que tem ganhado força no Brasil, vem desse anseio da mulher para voltar e até melhorar a forma física que tinha antes da gravidez. Dentre as cirurgias após a gestação mommy makeover as mais comuns são as de mama, as abdominoplastia e lipoaspiração do quadril.

As técnicas para deixar as mamas firmes novamente e no ângulo certo deverão ser escolhidas de acordo com o estado delas no pós-parto, explica o cirurgião. “Em alguns casos, remover excesso de pele ou fazer o implante de silicone”, explica Ariosto.

No caso de mamoplastia redutora, a anestesia pode ser geral, peridural ou local com sedação, de acordo com o caso. As cicatrizes, em 90% dos casos, são pequenas. Após a alta hospitalar deve-se evitar levantar os braços e carregar peso por 15 dias. O retorno às atividades desportivas deve ocorrer só após 90 dias.

No caso de implante de silicone, Ariosto explica que a anestesia pode ser peridural ou local com sedação. A incisão é feita mais frequentemente um pouco acima do sulco inframamário (parte inferior) ou periareolares (em torno das aréolas). “Os curativos devem ser mantidos por sete dias e o sutiã pós-cirúrgico por 30 dias. O retorno às atividades que não exijam força pode ser retomado até 10 dias após a cirurgia e as atividades somente após 60 dias”, orienta.

As abdominoplastias são indicadas para casos de grande flacidez. “Durante a cirurgia, além da gordura excedente, retira-se também a pele que está sobrando e também é feita uma correção na musculatura da região, da chamada diástase, que caracteriza-se pela separação dos músculos durante a gravidez. Essa é uma cirurgia que pode ser associada ao uma lipoescultura. Mas é importante frisar que a mulher já deve estar perto de seu peso ideal, porque a lipoescultura não emagrece”, destaca.

Para os casos de flacidez moderada, Ariosto conta que a técnica escolhida é a de minidermopilectomia, que consiste na retirada de uma parte do abdômen inferior (abaixo do umbigo). “A incisão costuma ser no mesmo local da cesária”, explica. Para ambas as técnicas abdominais, o médico orienta o uso de cinta compressora por 30 a 45 dias.

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