Saúde

Gordura no fígado? Saiba como comer direito e combater o problema

Cerca de 30% da população sofre com a esteatose hepática. O acúmulo da gordura no fígado ao longo dos anos pode desencadear sérios problemas de saúde. Veja quais

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Uma doença silenciosa, porém bastante perigosa. Estima-se que a esteatose hepática, ou gordura no fígado, atinge cerca de 30% da população. Um problema que se descoberto tardiamente pode levar a problemas graves de saúde, como a cirrose hepática, câncer e até mesmo a hepatite gordurosa.

Segundo a médica Richaeny Ferreira, ao contrário do que muitas pessoas acreditam, o problema não é desencadeado pelo consumo de alimentos gordurosos. O grande vilão, neste caso, é o excesso de carboidrato simples nas refeições! Carboidratos simples são compostos por moléculas simples e por isso, o corpo não tem trabalho para digeri-los.

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Pães, bolos, torradas são alimentos ricos em carboidrato simples

Alguns exemplos são os pães feitos de farinha branca, doces, massas, bolos, arroz branco e sucos concentrados. "As pessoas infelizmente estão aumentando a ingesta destes alimentos e deixando os hábitos que são mais corretos, com comida de verdade."

De maneira geral, as pessoas que com quadro de esteatose, apresentam acúmulo de gordura abdominal. Porém, algumas pessoas são magras e também têm a doença, principalmente as que fazem parte do grupo de diabéticos e hipercolesterolemia (colesterol alto). O sedentarismo também afeta pessoas que estão fora do grupo de risco.

É possível eliminar a gordura no fígado?

Não existe um medicamento específico que acabe com a esteatose hepática. O problema costuma ser revertido apenas eliminando a causa dele. Alguns medicamentos também podem ser prescritos pelo médico para ajudar a controlar os níveis de gordura, glicose e triglicérides no sangue.

Além disso, adotar uma rotina sem bebidas alcóolicas, com atividades físicas, alimentação equilibrada e balanceada é fundamental. Ainda mais quando o estágio da doença ainda é inicial. 

"Dependendo do grau, principalmente no grau inicial sim. Apenas fazendo o ajuste alimentar, o horário que a pessoa come determinados alimentos e se exercitando, consegue resolver. Graus mais avançados, em decorrência de alguns exames alterados, aí vai ter que ter uma conduta mais individualizada. O medicamento pode se fazer necessário", explicou a médica.

Cuidado! Gordura no fígado pode causar câncer

Segundo a especialista, o acúmulo de gordura no fígado pode sim desencadear um câncer. Isso por que o órgão fica sobrecarregado e não consegue realizar a função que tem no organismo de maneira adequada. 

"Então, toda vez que a gente agride o fígado e faz com ele se esforce mais, começa uma inflamação que se chama hepatite não medicamentosa ou hepatite não alcoólica, que pode evoluir para cirrose e pode levar até um câncer de fígado".

O modo mais comum de identificar a gordura no fígado é por meio de um exame de imagem, o ultrassom de abdômen total. Alguns exames de sangue também podem sinalizar que o paciente tem o problema. A especialista destacou que níveis de ferritina muito altos e triglicerídeos aumentados podem ser um sinal de alerta.

A aposentada, Rosa Maioli, conhece o problema bem de perto. Enjôos constantes, náuseas, dores de cabeça levaram ela até o consultório médico. Após o diagnóstico positivo para a doença, precisou alterar a rotina. "Foi com isso que eu combati: caminhando, evitando gorduras, açúcares, produtos industrializados, e aí já estou me sentindo melhor. Fiquei um ano no tratamento."

Doença costuma ser silenciosa 

Muitas vezes o fígado gorduroso não provoca nenhum tipo de sintoma. Inclusive costuma ser raro apresentar algum sinal. É exatamente por isso que os chamados "checkups" são tão importantes. Quando os sintomas aparecem, a doença costuma estar em níveis mais avançados. Entre os principais, estão:

1. Dor de cabeça;
2. Cansaço;
3. Barriga inchada;
4. Dor abdominal; 
5. Enjôo;
6. Náusea;
7. Perda de apetite;
8. Fraqueza.

Conheça alimentos que são "amigos" do seu fígado

Alguns alimentos podem ser considerados verdadeiros amigos do fígado. A maçã e a cebola, por exemplo. A casca deles possuem uma substância chamada quercetina que apresentam potencial antioxidante. 

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"O nosso fígado é um órgão que trabalha fazendo essa limpeza do organismo e essas substâncias vão dar um auxílio para o fígado trabalhar", destacou Richaeny. 

A uva é uma fruta que também tem ação antioxidante, assim como o açaí, a jabuticaba e o mirtilo. A médica indica até mesmo congelar as frutas e fazer vitaminas, além de comer in natura.

A aveia, o abacaxi, o abacate, a batata-doce, o brócolis, o espinafre, amêndoas, nozes e castanhas também são considerados alimentos parceiros do fígado.

*Com informações do programa Fala ES, TV Vitória/Record TV

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