Saúde

Cidades do ES registram falta de vacinas contra a poliomielite

Em 2022, o percentual de vacinação foi de 72%. No ano anterior, foi menor ainda, pouco menos de 71%, informou o Ministério da Saúde

Iures Wagmaker

Redação Folha Vitória
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os índices de vacinação contra a poliomielite apresentam queda desde de 2016, quando o país superou a marca de 90% de cobertura vacinal do público-alvo. Além disso, no Espírito Santo, cidades registram falta ou baixo estoque dos imunizantes.

A meta do Programa Nacional de Imunizações (PNI) é vacinar entre 90% e 95% das crianças menores de 5 anos de idade. Para isso, o Ministério da Saúde informou que já adquiriu um novo lote, que deve ser distribuído até o final de maio.

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Na Grande Vitória, a cidade de Cariacica está com um estoque baixo. Serra e Vila Velha estão sem os imunizantes. Já Vitória informou que possui pouca quantidade, mas o suficiente para uso até a chegada de novas doses.

Em 2022, o percentual de vacinação foi de 72%. No ano anterior, foi menor ainda, pouco menos de 71%, informou o Ministério da Saúde. 

Os números trazem preocupação porque, apesar de o Brasil ter registrado o último caso da doença em 1989, há 34 anos, outros países ainda não erradicaram a doença, o que pode fazer o vírus voltar a circular por aqui.

Para o pediatra Vinícius Fagundes, a preocupação é que os pais não levem os filhos para serem vacinados. As consequências podem ser irreversíveis.

"A pólio foi uma doença que devastou o Brasil há muitos anos. A importância da vacina é pela cobertura e proteção de nossas crianças, para que o histórico trágico não volte a ocorrer. Na pior das hipóteses, a doença causa paralisia, que é irreversível. Vacinem seus filhos, porque o impacto na vida da criança pode ser grande", afirma.

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a grande maioria das infecções não produz sintomas, mas de cinco a dez em cada 100 pessoas infectadas com esse vírus podem apresentar sintomas semelhantes aos da gripe.

Em um a 200 casos, o vírus destrói partes do sistema nervoso, causando paralisia permanente nas pernas ou braços. Não há cura. Os principais efeitos da doença são ausência ou diminuição de força muscular no membro afetado e dores nas articulações.

Embora muito raro, o vírus pode atacar as partes do cérebro que ajudam a respirar, o que pode levar à morte. Há 30 anos, a pólio paralisou quase 1.000 crianças por dia em 125 países em todo o mundo, incluindo países das Américas, informou a Opas.

Zé Gotinha

Em 1994, o Brasil foi certificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), junto com os demais países das Américas, como livre da poliomielite. 

O combate à doença fez surgir um dos personagens mais conhecidos da cultura médica nacional, o Zé Gotinha. O nome se refere à vacina atenuada oral (VOP), aplicada como dose de reforço dos 15 meses aos 4 anos de idade.

Mas o esquema vacinal começa antes. O Programa Nacional de Imunizações recomenda que a vacina inativada, em forma de injeção, deve ser aplicada aos 2, 4 e 6 meses de idade e depois o reforço.

Em tese, a vacina está disponível em todos os centros públicos de saúde e pode ser administrada simultaneamente com as demais dos calendários de vacinação do Ministério da Saúde.

*Com informações da Agência Brasil e da TV Vitória




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