Saúde

Cuidado com os machucados! Bactéria que se aloja nos ferimentos pode levar à morte

Botulismo causa paralisia da musculatura respiratória. Dores de cabeça, tontura, sonolência, prisão de ventre e náuseas são sintomas da doença.

Larissa Agnez

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação
As principais portas de entrada para os esporos (bactérias) são úlceras crônicas com tecido necrótico e fissuras. 

Você sabe o que é botulismo? É considerada uma doença neuroparalítica grave, não contagiosa, causada pela ação de uma potente toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum, segundo o Ministério da Saúde. A doença é rara e entra no organismo por meio de machucados ou pela ingestão de alimentos contaminados, principalmente os enlatados e os que não têm preservação adequada.

O agravo está no fato que a doença pode levar a morte por paralisia da musculatura respiratória.

Como o botulismo é transmitido?

Segundo o Ministério da Saúde, a bactéria causadora do botulismo produz esporos que sobrevivem até em ambientes com pouco oxigênio. "Ele produz uma toxina que, mesmo se ingerida em pouquíssima quantidade, pode causar envenenamento grave em questão de horas", alerta MS. 

Além disso, os esporos desta bactéria são amplamente distribuídos na natureza, como em solos e sedimentos de lagos e mares. Também estão presentes na água não tratada e em produtos agrícolas, como legumes, vegetal e mel, e em intestinos de mamíferos, peixes e vísceras de crustáceos.

Principais formas de transmissão do botulismo

Foto: Divulgação

Botulismo alimentar - Ocorre por ingestão de toxinas em alimentos contaminados e que foram produzidos ou conservados de maneira inadequada. Os alimentos mais comumente envolvidos são: conservas vegetais, principalmente as artesanais (palmito, picles, pequi); produtos cárneos cozidos, curados e defumados de forma artesanal (salsicha, presunto, carne frita conservada em gordura – “carne de lata”); pescados defumados, salgados e fermentados; queijos e pasta de queijos e, raramente, em alimentos enlatados industrializados. O período de incubação (entre a contaminação e o início dos sintomas) pode variar de 2 horas a 10 dias, com média de 12 a 36 horas. Quanto maior a concentração de toxina no alimento ingerido, menor o período de incubação.

Botulismo por ferimentos – Uma das formas mais raras, o botulismo por ferimentos é causado pela contaminação de ferimentos com C. botulinum. As principais portas de entrada para os esporos são úlceras crônicas com tecido necrótico, fissuras, esmagamento de membros, ferimentos em áreas profundas mal vascularizadas ou, ainda, aqueles produzidos por agulhas em usuários de drogas injetáveis e lesões nasais ou sinusais, em usuários de drogas inalatórias. O período de incubação pode variar de 4 a 21 dias, com média de 7 dias.

Botulismo intestinal – Neste tipo de botulismo, os esporos contidos em alimentos contaminados se fixam e multiplicam no intestino, onde ocorre a produção e absorção de toxina. Em adultos, são descritos alguns fatores de risco, como cirurgias intestinais, Doença de Crohn e/ou uso de antibióticos por tempo prolongado, que levaria à alteração da flora intestinal. Não se sabe o período de incubação deste tipo da doença porque é impossível saber o momento da ingestão dos esporos.

Sintomas 

Os sintomas do botulismo variam de acordo com o tipo de infecção da doença. No entanto, os sintomas mais comuns da doença, de forma geral, são dores de cabeça, vertigem, tontura, sonolência, visão turva,  visão dupla, diarreia, náuseas, vômitos, dificuldade para respirar, paralisia descendente da musculatura respiratória, braços e pernas, comprometimento de nervos cranianos, prisão de ventre e infecções respiratórias. 

É importante lembrar que nem todos os sintomas acontecem na mesma pessoa e que, às vezes, só aparecem os sintomas menos graves, dificultando o diagnóstico da doença.

Pontos moeda