Saúde

Diabéticos: chances de perder a visão aumentam até 25 vezes

Pesquisa em 41 países, incluindo o Brasil, mostra que quase um terço dos diabéticos desconhecem as doenças que podem surgir nos olhos.

Foto: Divulgação

Dados da Organização mundial da Saúde (OMS) mostram que o diabetes não para de crescer no mundo todo e, o envolvimento familiar ajuda os portadores a controlar os principais fatores de risco da doença: sedentarismo, consumo de bebidas alcoólicas, cigarros e alimentos calóricos. 

O atlas da OMS aponta que a prevalência global do diabetes é de 8,8%, totalizando 425 milhões de casos e prevê que em 2040 atinja 1 em cada 10 pessoas no mundo. 

Chance de perder a visão aumenta até 25 vezes

De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, a mulher tem maior tendência para se tornar diabética porque na maternidade pode ganhar peso, e 16% contraem diabetes gestacional, que embora desapareça após o parto, pode se tornar um mal permanente. “O problema é que o diabetes é uma doença progressiva e aumenta em até 25 vezes o risco de perder a visão” alerta. Isso, orque afeta toda a circulação, inclusive dos delicados vasos sanguíneos do fundo do olho sem dar qualquer sinal de alerta no início. Por isso, toda pessoa que tem diabetes deve fazer exames oftalmológicos periódicos. Caso enxergue manchas escuras deve consultar um oftalmologista imediatamente.

Falta informação

Uma evidência do maior risco de cegueira entra diabéticos foi comprovado por uma recente pesquisa desenvolvida em 41 países, incluindo o Brasil, pelo IDF (International Diabetes Federation), IAPB (agência de controle da cegueira ligada à OMS) e IFA ( International Federation on Ageing). 

A pesquisa mostra que metade dos diabéticos só são diagnosticados anos depois de conviver com a doença e quanto mais tardio o diagnóstico, maior a chance de perder a visão. Pior: quase um terço, 31%, nunca receberam informação sobre retinopatia e edema macular- decorrentes do diabetes, importantes causas de perda definitiva da visão entre pessoas de 20 a 60 ano. 

O oftalmologista destaca que no Brasil o primeiro diagnóstico de diabetes muitas vezes acontece durante um exame de fundo de olho porque o brasileiro, não tem hábito de fazer check-up. A visão, ressalta, responde por 85% de nossa integração com o meio ambiente. Por isso, determina a independência conforme envelhecemos.

A hiperglicemia, observa, também pode causar complicações cardiovasculares, insuficiência renal, amputação e danos nos nervos decorrentes da má circulação.

Tratamento mais acessível

A pesquisa mostra que os tratamentos para retinopatia diabética e edema macular combinam mais de uma terapia ao redor do mundo e o laser ainda é o mais utilizado. Quase um terço dos participantes, 29%, afirmaram ter dificuldade para pagar os exames. A boa notícia é que no Brasil os planos de saúde passaram a cobrir dois procedimentos a partir deste ano por determinação da ANS (Agência Nacional de d Saúde). O oftalmologista destaca que agora a OCT (Tomografia de Coerência Óptica) exame de imagem utilizado no diagnóstico e a terapia anti-VEGF têm cobertura dos planos de saúde. Por isso, mais brasileiros já podem preservar a visão das doenças na retina.

Novidade

Os estudos mais recentes do Congresso da American Diabetes Association estão sendo apresentados no Workshop da ADJ Diabetes Brasil, na manhã deste 13 de junho, em São Paulo. Estão sendo discutidos os mais recentes avanços de pesquisa, tratamento e atenção ao diabetes, além do debate em torno dos custos do diabetes e suas complicações para o Governo. 

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