Saúde

Mulheres devem esperar ao menos 20 dias após receber vacina para fazer mamografia

O intervalo é recomendado pois as reações do imunizante no organismo podem confundir o diagnóstico

Foto: Reprodução / TV Vitória

A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) divulgou uma nota recomendando que mulheres não façam o exame de mamografia logo após tomarem a vacina contra a covid-19. A recomendação é que seja respeitado um prazo de duas a quatro semanas após o recebimento da segunda dose do imunizante. O objetivo é evitar possíveis equívocos no resultado do exame.

Apesar de benéfica, a decisão foi questionada por alguns profissionais da área tendo em vista a redução no número de exames em virtude da pandemia, fazendo com que os diagnósticos de câncer de mama acontecessem de maneira tardia, impactando diretamente na chance de cura das pacientes.

De acordo com a médica oncologista Virgínia Altoé Sessa, o período entre a vacinação e a mamografia é recomendado devido às reações que o imunizante pode causar no organismo. Independente de qual vacina seja.

"Quando você toma uma vacina, não só da covid-19 pois pode acontecer também com outras vacinas, você injeta no seu corpo uma substância. Essa substância é um corpo estranho e o seu organismo reage a ela. Próximo ao local em que a vacina é aplicada tem os linfonodos tanto da região cervical, quanto da região axilar e esses linfonodos são exatamente quem reage a essa substância e por isso eles podem aumentar de tamanho. Quando isso acontece, o exame da mamografia pode confundir o aumento dos linfonodos como sendo relacionados a algum tipo de câncer e não pela vacina."

Por isso, a médica ressalta que é de suma importância que as pacientes que já se imunizaram contra a covid-19 e vão realizar a mamografia informem ao profissional responsável que foram vacinadas.

Frequência de casos

Virgínia ressalta que os casos de reação de linfonodos não acontecem com tanta frequência. Essa reação é relatada em cerca de 11% das mulheres que recebem algum tipo de vacina.

O imunizante que mais apresenta registros desses tipos de caso é o da empresa Moderna, que não é utilizado no Brasil. Vale ressaltar essa reação também pode ser vista em outras vacinas disponíveis que não são destinadas ao combate da covid-19.

Autoexame

Dentre as formas de autocuidado em relação ao câncer de mama, o autoexame pode ser utilizado, mas muito mais pelo seu valor histórico do que realmente preventivo, uma vez que quando a mulher faz o diagnóstico apalpando um nódulo, é porque ele já está em um tamanho maior do que ele poderia ter sido diagnosticado pela mamografia, por exemplo.

Por isso, a médica faz um alerta sobre esse tipo de diagnóstico e reforça que o exame mais seguro é a mamografia. 

Para as pacientes mais jovens, principalmente as menores de 35 anos, o autoexame pode ser um importante aliado, já que nessa população não está indicada a mamografia de rastreamento rotineiramente.

"Infelizmente quando a gente detecta a lesão no autoexame é porque ela já está um pouco crescida. Porque se ela for pequena, você não vai sentir e o ideal é que todas descubram a lesão bem pequena porque a chance de cura é imensamente maior".

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