Esclerose Múltipla atinge cerca de 35 mil jovens no Brasil
Doença acomete principalmente mulheres na faixa etária mais ativa da vida, entre os 20 e 40 anos
Dia 30 de agosto é marcado pelo Dia Nacional da Conscientização da Esclerose Múltipla, data que busca iluminar o conhecimento da sociedade sobre a doença que atinge cerca de 35 mil jovens no Brasil: a esclerose múltipla. Os diagnosticados, a maioria mulheres, geralmente estão na faixa etária mais ativa da vida, entre 20 e 40 anos, e enfrentam um cenário inóspito e hostil.
Para mudar esta realidade e ampliar a conscientização sobre o tema no país, a data será marcada pelo #MúltiplasRazões. O movimento, que teve início no dia 13 de agosto e vai até 5 de setembro, focará em informar os principais sintomas da doença, como os distúrbios visuais e a fadiga. Esta última será representada pelo simples ato de oferecer um “lugar para sentar”, que mostrará, de forma lúdica, como a fadiga atinge o paciente com esclerose múltipla (EM).
Outro sinal frequente é a visão embaçada, que, por ser algo comumente associado ao estresse, faz com que diversos pacientes não tenham o diagnóstico correto de forma ágil. Por conta disso, pessoas da capital paulista poderão vivenciá-lo por alguns segundos, ao se deparar com um dos painéis de notícias espalhados pela cidade e, assim, entender a necessidade de procurar um neurologista, o especialista mais indicado para identificar e tratar a esclerose múltipla.
As disfunções visuais também são retratadas por meio de uma experiência de realidade virtual, que simula como a visão embaçada, perda de visão, perda de equilíbrio e vertigem afetam a vida do paciente que convive com esta condição neurológica crônica, autoimune, degenerativa e sem cura até o momento. A ação terá, além da interação com o público, a ativação nas redes sociais através do uso da hashtag #MúltiplasRazões, para fomentar uma discussão integral sobre a esclerose múltipla.
Sobre a esclerose múltipla
A esclerose múltipla (EM) é uma doença crônica que afeta cerca de 35 mil pessoas no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla – ABEM, para a qual não há cura. EM ocorre quando o sistema imunológico ataca anormalmente o isolamento em torno de células nervosas (bainha de mielina) no cérebro, medula espinhal e nervos ópticos, causando inflamação e danos consequentes. Este dano pode causar uma ampla gama de sintomas, incluindo fraqueza muscular, fadiga e dificuldade visual, e pode, eventualmente, levar à deficiência. A maioria das pessoas com EM são mulheres e experimentam seu primeiro sintoma entre 20 e 40 anos de idade, tornando a doença a principal causa de incapacidade não-traumática em adultos mais jovens.
A EM remitente recorrente é a forma mais comum da doença, aproximadamente 85% dos diagnosticados, e caracteriza-se por episódios de sinais ou sintomas novos ou agravados (recorrências), seguidos de períodos de recuperação. A maioria dos pacientes desta forma da doença irá, eventualmente, fazer transição para EM secundária progressiva, em que eles experimentam agravamento contínuo da deficiência ao longo do tempo.
Já a EM primária progressiva, a forma mais debilitante da doença, é marcada por sintomas que se agravam de forma constante, mas tipicamente sem recorrências distintas ou períodos de remissão. Aproximadamente 15% dos pacientes com esclerose múltipla diagnosticada, têm a forma progressiva da doença e, até agora, não havia nenhuma terapia aprovada.
A atividade da doença consiste em inflamação no sistema nervoso e perda permanente de células nervosas no cérebro e medula espinhal, mesmo quando seus sintomas clínicos não são aparentes ou não parecem estar piorando. O objetivo do tratamento é reduzir a atividade da doença para impedir que a incapacidade progrida.