Vila Pavão recebe 500 testes rápidos de malária e remédios enviados pelo Ministério da Saúde
Foram 20 kits levados para o município, além dos medicamentos que são suficientes para tratar 350 pacientes
Por conta do surto de malária no município, Vila Pavão recebeu, na manhã deste sábado (11), 20 kits com 500 testes rápidos de malária e uma remessa de medicamentos enviada pelo Ministério da Saúde. O material foi levado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que informou que os comprimidos são suficientes para tratar 350 pacientes.
De acordo com a Sesa, até o momento foram levados para Vila Pavão um total de 3.390 comprimidos e 1.199 frascos de medicamentos injetáveis. O secretário de Estado da Saúde, Ricardo de Oliveira, disse que os casos confirmados continuam concentrados em Vila Pavão e Barra de São Francisco, e que não há casos de malária causados pelo Plasmodium falciparum (que gerou o surto) fora desses municípios.
"As medidas de contenção adotadas pela Sesa e pelos municípios já estão provocando uma redução no número de casos novos de malária e nenhum outro óbito nem casos graves da doença foram registrados depois que os trabalhos foram iniciados", destaca Oliveira.
Assim que foi notificada sobre a ocorrência de malária em Vila Pavão, a Secretaria de Estado da Saúde disse que enviou uma equipe para o município para dar apoio à equipe de sua superintendência regional e aos municípios envolvidos nas ações de controle e combate ao surto.
Orientações
A malária pode evoluir para forma grave e até causar a morte, mas a doença tem cura se for tratada em tempo oportuno e adequadamente. Por isso, a Sesa recomenda que os serviços de saúde de todo o Estado fiquem atentos a pacientes que busquem atendimento apresentando sintomas indicativos de malária. A doença começa com febre e fraqueza e se desenvolve com dor de cabeça, dor no corpo, calafrios, acompanhados por dor abdominal, dor nas costas, tontura, náuseas e vômitos.
Nestes casos, os profissionais de saúde devem questionar o paciente se ele esteve no município de Vila Pavão recentemente (ou em alguma área de transmissão da doença) ou se entrou em contato com alguém que reside ou que esteve na localidade. Para a população, a orientação é buscar atendimento imediatamente se começar a apresentar um destes sintomas.
Os sintomas da malária não aparecem de imediato. Eles surgem depois de transcorrido o período de incubação, que é o tempo compreendido entre a penetração do parasita no organismo e o aparecimento dos primeiros sintomas – o que pode levar de 7 a 14 dias, em média, podendo chegar até 60 dias. Após esse período, a pessoa começa a sentir os sintomas. O período do tratamento dura de dois a sete dias.
Não há vacina contra malária, mas existem várias medidas de proteção individual que podem ser adotadas pela população para reduzir a possibilidade da picada do mosquito transmissor da doença, como usar repelente; usar cortinados e mosquiteiros; usar telas em portas e janelas; evitar frequentar locais próximos a criadouros naturais de mosquitos, como beira de rio ou áreas alagadas ao final da tarde até o amanhecer; usar calças e camisas de mangas compridas e cores claras.
De acordo com a Sesa, o surto de malária presente em Vila Pavão e em Barra de São Francisco está sendo causado pelo Plasmodium falciparum, uma espécie mais agressiva do que as demais e que não é encontrada no Espírito Santo. Por isso, a hipótese mais provável considerada pelos profissionais envolvidos na investigação é de que os casos tenham sido originados a partir de um caso importado, possivelmente do Norte do país, onde a malária é endêmica. No Brasil, de forma geral, o Plasmodium vivax é o causador mais comum da malária.