Saúde

Leite materno é considerado 'alimento ouro' para a saúde dos bebês

OMS recomenda que os bebês sejam alimentados exclusivamente com leite materno até os 6 meses.

Foto: Divulgação
A alimentação com leite da mãe reduz em 13% o risco de obesidade na criança. 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera o leite materno como o "alimento de ouro" para a saúde dos bebês. Para a mulher, também há benefícios, como a redução das chances de câncer de mama e ovário, prevenção de anemia, aumento da segurança acerca da maternidade e o favorecimento do emagrecimento.

O coordenador de campanhas da entidade Claudio Barsanti, destaca as vantagens da amamentação, não somente na primeira fase da vida, mas também para a saúde da criança.

“Hoje sabemos que muitas doenças crônicas, alergias ou alterações orgânicas podem ser evitadas ou terem os riscos reduzidos graças ao ato de amamentar”, ressalta Barsanti.

“Embora exista a possibilidade de uma alimentação que não seja o leite materno, esta escolha deve ser sempre exceção. A regra é a amamentação que, entre outras vantagens, cria um elo de amor entre a mãe e o bebê”, acrescenta o coordenador.

A OMS recomenda que os bebês sejam alimentados exclusivamente com leite materno até os 6 meses. A organização traçou como meta, para 2025, aumentar em pelo menos 50% a taxa de aleitamento materno exclusivo até os 6 meses.

A Sociedade de Pediatria de São Paulo promove este mês a Campanha Agosto Dourado - Juntos pela Amamentação, para incentivar o aleitamento materno. A ação irá abordar ainda o respeito ao trabalho da mulher e a equidade de gênero considerando melhores condições salariais, de modo que as mulheres possam contribuir de forma mais dinâmica na vida financeira da família e que o pai possa participar de forma mais efetiva nos cuidados da criança e da casa.

De acordo com a instituição, o intuito da campanha é abranger tanto profissionais da saúde quanto a sociedade. “Para o primeiro público faremos encontros, reuniões e jornadas específicas sobre o tema, discutindo aspectos fisiológicos, naturais e legais relacionados à amamentação. Para a população em geral, faremos divulgações através da imprensa e outras atividades que estão sendo planejadas, inclusive com participação dos médicos para orientação e esclarecimento”, adianta Claudio Barsanti.

Risco de obesidade

Além dos benefícios imediatos para a saúde da criança, como a prevenção de infecções e alergias, a amamentação traz vantagens a longo prazo. A alimentação com leite da mãe reduz em 13% o risco de obesidade na criança, conforme estudo publicado pela Fundação Acta Paediatrica, da Suíça, e divulgado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) em 2018.

Presente no alimento materno, o hormônio leptina inibe o apetite, fazendo com que a criança desenvolva o sistema de saciedade. “Com isso, ela mama apenas o necessário para sua nutrição, sem excessos, o que ocasiona na autorregulação do apetite”, explica o pediatra Rafael Canedo. “Dependendo do tempo que a pessoa foi amamentada, este sistema pode durar a vida toda, evitando a obesidade”, completa.

Segundo o médico, para combater a obesidade desde a infância, as pessoas também devem ser incentivadas à vida ativa desde cedo. “Mesmo antes de o bebê engatinhar, é possível ajudá-lo em movimentos de agarrar, puxar e empurrar, além de auxiliá-lo a mexer a cabeça, o tronco e os membros durante brincadeiras supervisionadas no chão”, orienta.

Até os 6 anos, esses estímulos também contribuem para o desenvolvimento psicossocial, dado que contribuem na formação da conexão entre neurônios e no desenvolvimento do cérebro de modo geral.

* Com informações da Agência Brasil 

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