Surto de sarampo faz SP iniciar campanha de vacinação nas escolas
Meta é vacinar 95% dos cerca de 3 milhões de jovens entre 15 e 29 anos
A vacinação contra sarampo nas escolas da cidade de São Paulo teve início nesta semana. Segundo Solange Maria de Saboia e Silva, coordenadora de Vigilância em Saúde da cidade de São Paulo, a meta é vacinar 95% dos cerca de 3 milhões de jovens entre 15 e 29 anos de idade da cidade e 95% dos cerca de 82 mil bebês que estão em creches e que tem acima de seis meses e que ainda são menores de um ano de idade, públicos alvos da campanha.
“Estamos aproveitando o retorno às aulas para levar a vacina para as crianças menores, nas creches, e também para os adolescentes e adultos jovens, nas escolas do Ensino Médio e também nas universidades”, disse ela. A vacinação deve ocorrer até o dia 16 de agosto nas escolas. Mas pessoas dessas idades também poderão ser vacinadas nos postos de saúde do município, bastando levar um documento de identificação e, se possível, a carteira de vacinação.
Segundo Solange, a cidade de São Paulo já contabilizou, até este momento, 778 casos confirmados de sarampo. “Esse vírus foi trazido por pessoas que estavam infectadas e adquiriram o sarampo em outros países e ele passou a circular na nossa cidade”, explicou.
São Paulo está atento aos casos de sarampo desde o ano passado, de acordo com a coordenadora. Por isso foram feitas campanhas de vacinação em agosto e setembro de 2018, quando foi atingida a meta de cobertura vacinal para crianças de 1 a 4 anos de idade (cerca de 96% dessa população foi vacinada). “Apesar disso e desse ano, quando as crianças de um ano receberem a dose da tríplice viral, o vírus está circulando na nossa cidade. Por isso é importante a vacinação. A vacina é a única possibilidade, a única medida efetiva para se impedir a doença e se prevenir contra o sarampo”, disse ela.
A campanha de vacinação agora é destinada para jovens de 15 a 29 de idade e também para crianças de seis meses a um ano incompletos. “Porque é nessas faixas etárias que observamos o maior número de casos”, disse ela. “Normalmente, as crianças menores de um ano não tomariam a vacina. Mas como há casos nas menores de um ano, agora elas vão tomar a vacina na campanha. E depois elas vão tomar de novo com um ano e aos 15 meses”, explicou. A rotina do calendário de vacinação prevê que a criança tome a vacina com um ano de idade e, depois, aos 15 meses.
O sarampo é uma doença viral, transmitida por via respiratória como tosse, saliva e gotículas, como espirros. É uma doença que se transmite rapidamente. Um indivíduo com sarampo pode transmitir o sarampo para até 18 pessoas. “É uma doença grave, que pode levar inclusive à morte”, alertou Solange. Os principais sintomas do sarampo são tosse, espirros, conjuntivite e febre alta. E após dois dias da febre, começam a aparecer manchas vermelhas pelo corpo.
Hospital das Clínicas
Também esta semana, funcionárias grávidas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista, foram afastadas de suas funções, por um período de 15 dias, por causa do risco de contágio de sarampo no hospital. Segundo a assessoria do hospital, 150 funcionárias foram afastadas para que a saúde delas seja preservada já que elas não podem ser vacinadas.
Ainda segundo o hospital, a medida é preventiva, já que nenhum caso de colaboradora grávida com sarampo foi registrado até o momento. Também como medida preventiva, o hospital afirmou que intensificou a campanha de vacinação contra o sarampo de seus cerca de 20 mil colaboradores. O atendimento no hospital segue normalmente.
Por: Agência Brasil