Saúde

Cidades do ES registram recorde histórico de gastos com saúde

Em 2023, Serra, Vitória e Vila Velha lideraram crescimento das despesas, enquanto Linhares registrou a maior retração

Cidades do ES registram recorde histórico de gastos com saúde Cidades do ES registram recorde histórico de gastos com saúde Cidades do ES registram recorde histórico de gastos com saúde Cidades do ES registram recorde histórico de gastos com saúde
Foto: Reprodução/Freepik

Os municípios do Espírito Santo atingiram um marco histórico em 2023, registrando R$ 4,25 bilhões em despesas com saúde, o maior valor desde o início da série histórica em 2002. 

Esse aumento significativo, de 12,5% em relação ao ano anterior, é o maior desde 2008, conforme dados do Anuário Finanças dos Municípios Capixabas, da Aequus Consultoria, ajustados pela inflação medida pelo IPCA.

>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe do nosso canal do Telegram!

Entre os 78 municípios capixabas, 70 registraram aumento nas despesas com saúde. Serra se destacou pelo segundo ano consecutivo como a cidade com maior gasto, totalizando R$ 432,5 milhões em 2023, um aumento de 8,3% comparado a 2022. 

Foto: Aequus Consultoria

Vitória, que havia apresentado crescimento abaixo da média em 2022, aumentou seus gastos em 16,3%, totalizando R$ 427,8 milhões. Vila Velha registrou o maior crescimento percentual entre as maiores cidades, com um aumento de 18,7%, alcançando R$ 328,2 milhões.

Outros municípios também mostraram desempenhos notáveis. Colatina aumentou suas despesas com saúde em 31,2%, atingindo R$ 242,1 milhões, enquanto Aracruz teve um crescimento de 35%, chegando a R$ 159,6 milhões. 

Águia Branca e Presidente Kennedy tiveram expansões superiores a 40%, e Venda Nova do Imigrante registrou um aumento de 32,5%.

Foto: Aequus Consultoria

Por outro lado, Linhares teve a maior retração no estado, com uma redução de 8,9% nas despesas de saúde, resultando em um corte de R$ 21,9 milhões em relação a 2022. Apesar disso, os gastos com saúde em Linhares permanecem superiores aos níveis anteriores à pandemia, quando ajustados pela inflação.

Pela primeira vez, a despesa per capita com saúde nos municípios capixabas superou R$ 1.000,00, atingindo R$ 1.108,74 em 2023. 

Este valor representa um aumento de 32,5% em dois anos, impulsionado pelo crescimento das despesas totais e pela redução da população do estado, que diminuiu 6,7% entre 2021 e 2023, conforme dados do IBGE.

Os municípios que mais investiram em saúde per capita em 2023 foram Presidente Kennedy, com R$ 6.968,79, Mucurici, com R$ 2.676,18, e Anchieta, com R$ 2.535,52. Desde a Emenda Constitucional nº 29, de 2000, os municípios devem aplicar no mínimo 15% de suas receitas de impostos e transferências constitucionais na saúde.

Foto: Aequus Consultoria

LEIA TAMBÉM: Exames de graça para diagnósticos de câncer de pele neste sábado (3); saiba onde

Em 2023, os municípios capixabas destinaram 20,85% dessas receitas à saúde, superando em 5,85 pontos percentuais o mínimo exigido. Esse esforço adicional resultou em R$ 703,8 milhões a mais para a saúde pública.

Tânia Villela, economista e editora do anuário, destaca que a pressão da demanda por serviços de saúde pública tem levado os municípios a destinarem entre 20% e 21% de suas receitas à saúde. 

Ela defende a flexibilização da aplicação dos recursos entre saúde e educação e um maior financiamento da União e dos estados para a saúde pública nos municípios.

“A pressão da demanda pelos serviços de saúde pública é maior do que a prevista pela Emenda Constitucional em 2000 e só veio aumentando. Na prática, os municípios vêm reservando entre 20% e 21% de suas principais fontes de receita somente para a área. Lembrando que para a educação também há a obrigação de um gasto mínimo, que é de 25%. No entanto, enquanto muitos municípios se esforçam para conseguirem gastar os 25% na educação, muitas vezes por possuírem poucos alunos em sua rede de ensino, na saúde, ao contrário, o que vêm destinando ainda é insuficiente. É preciso flexibilizar a aplicação dos recursos entre saúde e educação e garantir uma participação maior da União e dos estados no financiamento da saúde pública nos municípios”, disse.

Foto: Aequus Consultoria

LEIA TAMBÉM: Febre do Oropouche: entenda o que é a doença que preocupa o Brasil

Carlos Raul Rodrigues, estagiário do Folha Vitória
Raul Rodrigues *

Estagiário

Jornalista em formação pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e atua como estagiário no Jornal Folha Vitória

Jornalista em formação pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e atua como estagiário no Jornal Folha Vitória