Saúde

De olho na balança: obesidade e excesso de peso têm taxas estáticas, mas ainda preocupam

Pesquisa Vigitel aponta que mais da metade da população das capitais do país está acima do peso.



A Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2017 indicou que as taxas de obesidade e excesso de peso não têm aumentado mais nas capitais do país e que os brasileiros estão tendo cada vez mais hábitos saudáveis. O Vigitel é uma pesquisa telefônica feita apenas com pessoas com 18 anos ou mais e é realizada em todas as 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal.

Essa parada nas taxas é reflexo do aumento do consumo regular de frutas e hortaliças ter crescido 4,8% desde 2008 até 2017, a realização de atividades físicas no tempo livre das pessoas ter aumentado 24,1% de 2009 até o ano passado e o consumo de refrigerantes e bebidas açucaradas ter caído 52,8% em dez anos. Mesmo com dados tão bons, a pesquisa ainda aponta que quase 1 a cada 5 pessoas são obesos e mais da metade da população das capitais do país estão acima do peso.

Se tornando mais atentos ao que comem, os cidadãos brasileiros estão ingerindo cada vez mais frutas e hortaliças, mesmo que o crescimento geral tenha sido abaixo de 5% entre 2008 e 2017. O consumo recomendado desses alimentos é de cinco ou mais porções por dia em cinco ou mais dias da semana e essa taxa também aumentou entre os adultos de 18 a 24 anos e os de 35 a 44 anos, que passaram a ingerir mais de 20% de frutas e hortaliças.

Com tantas mudanças positivas, as taxas de obesidade e excesso de peso ainda preocupam alguns jovens, já que houve crescimento de 110% em pessoas de 18 a 24 anos que são obesos, o que significa quase o dobro do aumento em todas as idades, que chega a cerca de 60%. Entre os adultos de 25 a 34 anos, a taxa de obesidade cresceu 69%. Nos mais velhos, a taxa não teve tanto crescimento: 23% a mais entre 35 a 44 anos, 14% em pessoas de 45 a 54 anos, 16% entre os cidadãos de 55 a 64 anos e apenas 2% de aumento em idosos acima dos 65 anos.

Já quando o assunto é o excesso de peso, a taxa cresceu quase 60%. Todo esse excesso teve aumento nas faixas etárias, sendo que os adultos de 25 a 34 anos possuem o maior acréscimo: 33%. Já entre as pessoas de 35 a 44 anos, a porcentagem é de 25%, enquanto a taxa dos adultos de 45 a 54 anos cresceu 12%. Em pessoas de 55 a 64 anos, o aumento é de 8% e nos idosos acima de 65, 14%. O dado geral aponta que mais de metade da população do país sofre com o excesso de peso.

A diretora do Departamento de Vigilância de Doenças Crônicas e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde (DANTPS) do Ministério da Saúde, Fátima Marinho, ressalta que, mesmo com boas notícias como essa, as pessoas não podem vacilar. “A obesidade e o sobrepeso são portas de entrada para doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, que prejudicam a saúde da população e que poderiam ser evitadas”, afirma.


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