Saúde

Aplicação de metacril para fins estéticos pode levar à morte

Empresária e digital influencer ficou com o lábio torto trinta dias após aplicação do produto, que encapsulou e se concentrou apenas de um lado da boca

Larissa Agnez

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação
Cirurgião alerta que não é preciso recorrer à técnicas perigosas, quando existem substâncias modernas que não trazem prejuízos para a saúde. Imagem meramente ilustrativa. 

O Polimetilmetacrilato (PMMA) também conhecido como metacril, bastante comercializado atualmente, se tornou popular, principalmente, entre o público feminino. A substância utilizada por algumas clínicas de estética e ambulatórios, já trouxe complicações para muita gente e até já levou pessoas à morte. O produto, é um implante injetável e não absorvível pelo corpo, que promove correções definitivas em qualquer área que for aplicado. Contudo, algumas pessoas podem apresentar reação ao metacril. 

O cirurgião plástico, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Adriano Batistuta explica que é muito importante alertar as pessoas sobre o assunto, e informar sobre quais são as outras possibilidades de realizar preenchimentos com produtos que não sejam nocivos à saúde.

De acordo com Batistuta, apesar do PMMA não ser proibido para uso em pequenas áreas, hoje existem produtos apropriados para preencher determinadas regiões do corpo, como o ácido hialurônico, a toxina botulínica e as próteses de silicone, que são seguros para a saúde, dispensando a necessidade de uso do PMMA. 

Além disso, o médico alerta que o metacril é um produto sintético que pode provocar necrose nas pessoas que fizeram uso. “Se fizermos um implante de silicone no glúteo, por exemplo, e se o corpo rejeitar, podemos retirá-lo, já o PMMA não. Ele é muito difícil de ser retirado e provoca muito dano ao tecido”, disse o médico.

Caso 

A empresária e digital influencer, Luciana Freire, de 33 anos, disse que fez um procedimento no lábio, com um profissional que dizia ser da medicina estética e não sabia o que foi aplicado. Trinta dias após o procedimento, notou que o lábio estava torto. Após um exame de imagem foi identificado que o produto utilizado era o metacril, que encapsulou e ficou concentrado em apenas um lábio. Luciana Freire disse estar em acompanhamento com cirurgião para tentar retirar o produto.

Adriano Batistuta alerta que a médio e longo prazo, o uso desse produto pode causar necrose, inflamações, nódulos e até provocar a morte.

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