Estudo clínico comprova segurança de ibuprofeno em pacientes com covid-19
Medicamento pode ser utilizado para tratar febre e dores da doença, já que seu uso nos pacientes do estudo não teve relação com a piora do estado clínico
Um estudo clínico realizado por pesquisadores israelenses comparou a reação de pacientes com covid-19 que utilizavam ibuprofeno e paracetamol para tratar os sintomas da infecção, principalmente a febre. Segundos os pesquisadores, o estudo, nomeado "Uso de ibuprofeno e resultados clínicos em pacientes com Covid-19", revelou que na comparação com usuários exclusivos de paracetamol, não foram observadas diferenças nas taxas de mortalidade ou na necessidade de suporte respiratório entre os pacientes em uso de ibuprofeno.
Durante os testes, nove (10,3%) pacientes que utilizaram ibuprofeno necessitaram de suporte respiratório e três (3,4%) faleceram. Em comparação, o grupo não ibuprofeno contabilizou 35 (11%) pacientes com necessidade de suporte respiratório e nove (2,8%) óbitos.
"A chegada de um vírus desconhecido gera incerteza também na comunidade médica, que tenta o mais rápido possível mapear a doença e suas complicações no corpo humano. Uma vez questionada a relação do ibuprofeno, diversas entidades científicas foram em busca de explicações, e até o momento os estudos publicados nos dão suficiente segurança quanto ao uso do ibuprofeno para o controle dos sintomas da covid-19", comenta a Dra. Denise Katz, gerente médica da Mantecorp Farmasa
Posicionamentos dos órgãos oficiais
O American Therapeutics Journal publicou um artigo informando que não existem evidências suficientes para colocar em dúvida a utilização de ibuprofeno durante a pandemia de Covid-19. Já um artigo publicado no The Journal of Headache and Pain explica que as especulações iniciais foram feitas sem o fornecimento das evidências, com uma "base excepcionalmente fraca para tirar uma conclusão abrangente sobre o uso de ibuprofeno em pacientes com dor de cabeça durante a pandemia de covid-19".
Após muitos questionamentos da mídia, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) também se posicionou alertando a população que não há razão para que pacientes que tomam AINEs para doenças crônicas parem de tomá-los.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), por sua vez, também consultou diversos médicos que tratam de pacientes de covid-19, não tendo entre os profissionais relatos negativos do uso de ibuprofeno, além dos efeitos colaterais que limitam o uso em determinadas pessoas.