Saúde

Jovem que perdeu movimentos de mão e pés ganha cadeira de rodas motorizada

José Campos ficou com sequelas após se recusar a fazer tratamento médico para tratar uma doença renal crônica

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação
Jovem goiano descobriu doença renal grave em 2015 e não aceitava fazer hemodiálise. 

José Humberto Pires de Campos, de 25 anos, que foi à Justiça pelo direito de morrer e, no último instante, optou por viver, ganhou ajuda em sua luta para ter, agora, uma vida normal. O empresário Nelson Nolé, de Sorocaba, acompanhou o drama da mãe e do filho, mostrado em reportagem e decidiu doar uma cadeira de rodas motorizada ao rapaz. 

O equipamento será despachado para Trindade, cidade goiana onde Campos mora com a mãe.

Campos quer trabalhar para ajudar a mãe, que precisou deixar o emprego como professora para cuidar dele. Em razão da doença e do período em que ficou em coma, após recusar tratamento médico, o jovem perdeu os movimentos dos pés e da mão direita. De acordo com Nolé, com o equipamento motorizado, ele poderá acionar os comandos com o braço esquerdo, com autonomia.

Caso 

O jovem goiano descobriu uma doença renal grave em 2015. Ele não aceitava fazer hemodiálise e foi à Justiça para não ser obrigado a se tratar. A mãe também entrou com ação para obrigar o filho ao tratamento, mas não obteve sucesso. Em março do ano passado, quando já agonizava no hospital, Campos chamou a mãe e disse que mudara de ideia e queria viver. 

Doença renal 

No Espírito Santo, de acordo com um levantamento recente feito pela Secretaria de Estado da Saúde, há mais de 2 mil pacientes com doença renal necessitando de diálise. Estima-se que haja atualmente no mundo 850 milhões de pessoas com Doença Renal Crônica (DRC) e pelo menos 2,4 milhões de mortes por ano são atribuídas a doença, com uma taxa crescente de mortalidade.

A DRC consiste em alterações heterogêneas que afetam tanto a estrutura quanto a função dos rins, com múltiplas causas e múltiplos fatores de prognóstico. Trata-se de uma doença de curso prolongado, insidioso e que, na maior parte do tempo de sua evolução, é assintomática.

Portanto, é importante reconhecer quem são os indivíduos que estão sob o risco de desenvolver a DRC, com o objetivo do diagnóstico precoce, bem como quais são os fatores de pior prognóstico, ou seja, aqueles que estão relacionados à progressão mais rápida para perda de função renal.

Segundo Rodrigo Klein, médico nefrologista da Santa Casa de Misericórdia, é justificável também considerar a DRC como parte do grupo das doenças cardiovasculares, pois já foi demonstrado em estudos que há uma associação independente entre redução de função de filtração renal e eventos cardiovasculares, internação e morte.