Saúde

Osteoporose causa custos de bilhões por ano em hospitalização

Os gastos são, inclusive, mais caros que as hospitalizações por causa de infarto e derrame

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Doença afeta cerca de 200 milhões de pessoas no mundo. 

A osteoporose é uma doença metabólica que afeta 200 milhões de pessoas no mundo, destas, 10 milhões só no Brasil. A doença também é uma das maiores causadoras de custos com hospitalização no mundo: cerca de R$ 19,8 bilhões por ano, números acima, inclusive, dos gastos com infarto, que representam 16,7 bilhões por ano, e derrames, cujo o valor gasto é de R$ 11,7 bilhões por ano, de acordo com dados do Journal Of Medical Economics.

Na semana em que é comemorado o Dia Mundial e Nacional da Osteoporose, o ortopedista Harlis Pimentel reforça os cuidados com prevenção e os novos tratamentos disponíveis no mercado.

“A osteoporose pode ser definida como uma desordem esquelética, que predispõe a um risco aumentado para fraturas, em resumo, são ossos fracos. Esta é uma doença que pode ser associada a diversas causas, desde a idade avançada, deficiência hormonal, até a outras enfermidades como hipertireoidismo, diabetes, tabagismo, e uso de medicamentos como corticoides e antiepiléticos”, explica Pimentel.

O ortopedista comenta que os medicamentos tradicionais para o tratamento da osteoporose agem impedindo a progressão da doença, no entanto, surgiram novas medicações com a capacidade de induzir a produção de massa óssea, alcançando melhores resultados, principalmente em pacientes com osteoporose grave e alto risco de fraturas. “A nova droga que apresenta este efeito é o romosozumabe, que é um anticorpo monoclonal, porém, ainda não está liberada no Brasil”, diz o médico.

As recomendações de terapias e tratamentos para osteoporose são prescritas de acordo com o sexo, grau de risco de fratura, doenças preexistentes e medicações em uso. O ortopedista elenca que podem ser utilizados bifosfonatos (classe de medicamentos que previnem a perda de densidade óssea); denosumab (que são anticorpos que contribuem para o aumento da densidade óssea); terapias hormonais (com reposição de estrogênio ou testosterona); calcitonina (hormônio sintético que aumenta a fixação de cálcio e fosfato nos ossos); e teraparatide, que é a primeira droga anabólica liberada para tratamento da osteoporose.

“O tempo de tratamento varia de acordo com cada medicação utilizada e o risco de fratura do paciente. Além disso, vale ressaltar que o uso indiscriminado dos bifosfonados por longos períodos, sem pausas no tratamento, aumenta o risco de fraturas atípícas no fêmur (subtrocantérica). Portanto, é necessário o acompanhamento de um profissional capacitado para melhor otimização do tratamento, levando em consideração riscos e benefícios de cada droga”, orienta.

Grupos de risco

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O ortopedista Harlis Pimentel explica que a realização do exame de densitometria óssea para rastreio da osteoporose é recomendada para os pacientes adultos com mais de 50 anos, que apresentaram fraturas típicas de osteoporose; mulheres acima de 65 anos e homens acima de 70 anos; mulheres menores de 65 anos e homens de 50 a 69 anos com fatores secundários que aumentam os riscos de fratura.

Os fatores primários associados à osteoporose são idade avançada e deficiência hormonal. Já os fatores secundários são doenças como síndrome de cushing, artrite reumatoide, hipertiroidismo, diabetes, alcoolismo, tabagismo; e de uso de medicamentos como corticoides, antiepiléticos, doses altas de heparina e warfarian, e antidepressivos inibidores de receptação de serotonina.

“Entre as medicações como corticoides, drogas pós-transplante (imunossupressoras), glitazonas, alguns antidepressivos e antiepiléticos também podem aumentar o risco da doença, porém deve-se entender que tais medicamentos são prescritos por um motivo e nunca devem ser descontinuados sem o conhecimento do seu médico”, alerta o ortopedista.

Tripé da prevenção

Harlis destaca que, apesar de ter um fator genético envolvido com o desenvolvimento da osteoporose, é possível agir de maneira preventiva a fim de evitar a evolução da doença.

“É preciso investir na ingestão adequada de cálcio, consumindo alimentos como iogurte, sardinha, agrião, espinafre, feijão, entre outros; ingestão de vitamina D, que pode ser encontrada no salmão, nos ovos, em queijos, entre outros, e também tomar banho de sol para aumentar a formação desse nutriente; por fim, é necessário incluir na rotina exercícios de impacto, pois eles estimulam a formação óssea e contribuem para o ganho de massa muscular e força, o que contribui para melhora do equilíbrio, prevenindo quedas”, aconselha.