Saúde

Pediatras cobram atendimento médico em áreas afetadas por óleo

Segundo nota, médicos pedem que nenhuma criança ou adolescente seja liberada para banho nas praias atingidas

Larissa Agnez

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação / Agência Petrobras

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) cobra do Governo Federal atendimento médico em áreas afetadas pelo derrame de petróleo e pesquisas para medir efeitos a longo prazo. Segundo a entidade, o governo precisa garantir assistência médica suficiente a todos os indivíduos com manifestações clínicas agudas (neurológicas, respiratórias, cutâneas ou de outra ordem) decorrentes da exposição ao petróleo derramado no litoral brasileiro. 

Por meio de nota, a SBP informa que também é necessário promover o cadastramento de todos os voluntários e os moradores dessas regiões para um posterior seguimento dessa população a longo prazo, com vistas a identificar manifestações agudas e a oferta de suporte. 

Segundo a presidente da SBP, Luciana Rodrigues Silva, "trata-se de um grave desastre ambiental. As autoridades não podem considerar um fato isolado ou ignorar consequências que podem surgir com o tempo. Por isso, além de cuidados médicos imediatos, é necessário acompanhar os grupos atingidos para verificar como sua saúde se comporta ao longo dos anos”. 

Além disso, a nota sugere que nenhuma criança ou adolescente seja liberada para banho nas áreas atingidas pelo derramamento de óleo. Alerta ainda, que a população dessas faixas etárias não deve fazer parte das equipes de voluntários que atuam na limpeza dos locais afetados (crianças e adolescentes). A mesma orientação vale para gestantes, em qualquer período da gravidez.

Os pediatras apontam uma série de medidas de prevenção e de cuidados para serem adotadas pelos moradores e voluntários que atuam nas áreas atingidas pelo derramamento.

- O banho de mar nestas áreas só deverá ser liberado por orientação das autoridades navais e sanitárias;

- O consumo de peixes e moluscos bivalves (mariscos) oriundos das regiões atingidas deve ser evitado.;

- A substância deve ser removida da pele com ajuda de papel higiênico ou guardanapo de papel molhado em óleo de cozinha, lanolina ou glicerina. A seguir, a área afetada deve ser lavada com água e sabão;

- Em hipótese alguma devem ser utilizado solventes (querosene, gasolina, álcool, acetona...) para remoção do óleo, pois esses produtos podem ser absorvidos e causar lesões na pele. 

Saúde 

"Por serem compostos voláteis, podem piorar o quadro respiratório se houver contato inalado do petróleo crú", ressalta a nota que aponta ainda que o risco de dano à pele diretamente proporcional ao tempo de exposição e quantidade da substância.

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