Saúde

Outubro Rosa: a importância do acompanhamento psicológico ao paciente

Psicóloga e oncologista explicam como a saúde mental pode afetar o tratamento do câncer de mama

Foto: Divulgação

Receber o diagnóstico do câncer de mama não é nada fácil. Para além do sofrimento físico, o impacto do diagnóstico também pode trazer prejuízos para a saúde mental. Medos, angústias e incertezas podem ser vivenciados, por isso, o acompanhamento psicológico durante o tratamento é essencial para garantir o bem-estar do paciente. 

Contar com o apoio de uma equipe interdisciplinar, que compreende e trata a pessoa como um todo, de forma humanizada, pode possibilitar melhor enfrentamento do processo. Em relação ao apoio psicológico, o acompanhamento deve começar logo após o diagnóstico.

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A psicóloga do Cecon/Oncoclínicas, Aline Barrada, conta que sentir medo é a primeira sensação que os pacientes recebem ao saber o diagnóstico de câncer

"Geralmente, quando se recebe o diagnóstico do câncer de mama, os pacientes relatam a sensação de medo e desespero, como se o chão abrisse. O psicólogo vai oferecer um espaço de apoio, escuta e acolhimento para que se possa colocar as angústias em palavras, visando a elaboração dessa nova condição. O apoio psicológico ao paciente oncológico é importante para dar suporte, aliviar o sofrimento, buscar estratégias de enfrentamento e ressignificar a experiência de adoecimento", explica Aline Barrada, psicóloga do Cecon/Oncoclínicas.

O tratamento oncológico também pode impactar as famílias e rede de suporte dos pacientes. É importante que eles tenham espaço de acolhimento e, se necessário, acompanhamento, para encontrarem formas de lidar com as mudanças e com as angústias desse momento.

"A família também precisa ser escutada. Às vezes algum familiar pode sofrer mais emocionalmente do que o próprio paciente. Não existe uma forma certa de lidar, uma receita de bolo, o familiar precisa falar sobre essa angústia, se ouvir. Ele ampara o paciente, mas precisa também se cuidar. É muito difícil cuidar do outro, se não cuidamos de nós mesmos", pontua a psicóloga.

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A oncologista Cintia Givigi pontua que a paciente não luta sozinha contra o câncer

Os membros da família também precisam ficar atentos às suas emoções, afinal, a luta também é deles, como reforça a oncologista Cintia Givigi, do Cecon/Oncoclínicas. "O paciente com câncer de mama passa por várias situações difíceis, de aceitação da doença, adaptação à mudança de vida e ao tratamento. Às vezes, além de tudo isso, falta o apoio da família, dos companheiros de trabalho. Mas eu sempre falo que a luta é de todos. Quando uma pessoa adoece, ela não adoece sozinha, a família adoece junto, por isso é importante o acompanhamento psicológico de todos", diz a oncologista.

Espiritualidade

Além do apoio psicológico, a espiritualidade também pode ter papel imprescindível no processo de tratamento do paciente oncológico. Diante do sofrimento, o paciente pode buscar na espiritualidade um sentido para sua experiência de vida.

"A espiritualidade entra como estratégia de enfrentamento. Diante de algo muito difícil que a acontece na nossa vida, precisamos buscar formas de enfrentar, a espiritualidade traz contorno e amparo para o sofrimento. É válido ressaltar que a espiritualidade é diferente de religião. A espiritualidade pode ser manifestada na religião, mas não necessariamente uma pessoa espiritualizada é uma pessoa religiosa. Espiritualidade é busca de sentido e a pessoa pode encontrar isso na meditação, no contato com a natureza, na ciência... Se traz sentido para vida, é também uma pratica espiritual", explica a psicóloga Aline Barrada.

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