Saúde

Medo da idade? Veja 6 mitos sobre o envelhecimento e 10 dicas para encarar a nova fase

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aproximadamente 37,7 milhões de brasileiros têm mais de 60 anos de idade

Bianca Santana Vailant

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução

Acumular muitos anos de vida é um privilégio de aproximadamente um quinto da população brasileira. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aproximadamente 37,7 milhões de brasileiros têm mais de 60 anos de idade. 

Mas carregar na bagagem tantos anos de experiência ainda traz, para muitos, o medo de envelhecer. Boa parte das pessoas teme a idade por receio de conviver com algumas dificuldades que, muitas vezes, são associadas - de forma equivocada - ao envelhecimento. 

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia listou alguns dos principais mitos sobre o envelhecimento. Confira abaixo se você está bem informado sobre o assunto:

| MITO 1 | A demência é parte inevitável do envelhecimento.

A demência, na verdade, deve ser vista como uma condição de saúde e não como parte normal do envelhecimento. Embora ainda não tenha cura, o tratamento pode retardar sua evolução.

Estudos recentes apontam que os mesmos fatores de riscos que podem levar à alta da pressão arterial, colesterol elevado, diabetes e obesidade também podem ser relacionados à doença de Alzheimer ou outras causas de demência.

Portanto, uma maneira de evitar a demência é exercitar corpo e cérebro. Atividade física regular diminui o risco de Alzheimer, especialmente quando conjugada a estímulos intelectuais frequentes, como ler e escrever cartas.

| MITO 2 | Se você não se exercitou até agora, depois dos 60 é tarde demais para começar 

Nunca é tarde demais! Em um estudo americano, 50 homens e mulheres com idade média de 87 anos fizeram atividade com pesos durante 10 semanas, aumentando sua força muscular em 113%. 

Eles ainda apresentaram aumento na velocidade de caminhada, um marcador de saúde física geral em idosos.

| MITO 3 | Não há vida sexual na terceira idade

Um levantamento com mais de 3.000 pessoas com idades entre 57 e 85 anos descobriu que ser sexualmente ativo dependia mais da saúde do indivíduo e do parceiro do que da idade.

As mulheres que avaliaram sua saúde como “muito boa” ou “excelente” eram 79% mais propensas a serem sexualmente ativas do que aquelas que classificaram sua saúde como “ruim” ou “regular”. 

E, embora menos pessoas com idades entre 75 e 85 tiveram relações sexuais em comparação aos de 57 a 74, mais de metade (54%) dos que eram sexualmente ativos tiveram relações sexuais duas ou três vezes por mês.

| MITO 4 | Envelhecer é deprimente, portanto prepare-se para a depressão

Depressão é altamente tratável. Basta que a pessoa, em qualquer idade, admita que está deprimida e procure ajuda para ter uma vida muito mais ativa e saudável.

Estudos constataram que as pessoas mais velhas que estão deprimidas são mais propensas a desenvolver problemas de memória e de aprendizagem. Outras pesquisas ligam a depressão a um risco aumentado de morte por inúmeras doenças relacionadas à idade, incluindo Parkinson, acidente vascular cerebral e pneumonia.

Leia também: Melhor idade: Veja a importância de cuidar da mente e do corpo depois dos 60

| MITO 5 | As mulheres são as que mais temem o envelhecimento.

Uma pesquisa do National Women’s Health Resource Center, dos Estados Unidos, constatou que as mulheres tendem a ter uma visão otimista sobre o envelhecimento e se inspirar em outras que também tenham atitudes positivas e que permanecem ativas à medida que envelhecem. 

| MITO 6 | A dor e a incapacidade causadas pela artrite são inevitáveis

Embora a artrite seja mais comum com a idade, por causa do impacto do tempo sobre a cartilagem, ela em si não é a causa da artrite. Há atitudes que você pode ter em sua juventude para evitar esse problema, como manutenção do peso e o uso de sapatos confortáveis.

Um estudo com mulheres que se exercitavam pelo menos uma vez a cada duas semanas durante 20 minutos mostrou que elas eram muito menos propensas a desenvolver artrite do joelho do que as mulheres que se exercitavam menos.

Veja também: Veja 5 dicas para evitar o envelhecimento precoce da pele

Veja 10 hábitos que vão te ajudar a envelhecer melhor

A pergunta que fica é: O que fazer, então, para envelhecer com mente e corpo sãos? O psicólogo Gustavo Souza indica dez hábitos que podem ser feitos ao longo da vida para passar dos 60 anos com uma mente ativa.

“Pensar na velhice quando se é novo não é corriqueiro, mas também não precisa ser algo negativo. Ao mudar essa cultura, trabalhando-a do ponto de vista positivo, aumentamos as chances de sermos idosos mais independentes e protagonistas da própria história”, ressalta Gustavo.

Veja abaixo a lista de novos hábitos para começar a praticar o quanto antes e garantir um envelhecimento saudável do corpo e da mente: 

1. Exercite-se: Na prática de exercícios físicos, o cérebro libera endorfina, substância que proporciona bem-estar para a mente. 

Mas, atenção, os exercícios devem ser praticados de acordo com a idade e a condição física de cada pessoa e sob a orientação de um profissional de Educação Física, depois de uma avaliação médica.

Veja mais: Chegou aos 60? Veja como sair do sedentarismo e manter o corpo ativo

2. Cuide da sua alimentação: É muito importante alimentar-se de forma regular e incluir fibras, verduras, legumes e proteínas nas refeições. 

O ômega-3, presente em peixes e nozes, por exemplo, ajuda na saúde cerebral e a manter a mente ativa. 

3. Cultive bons relacionamentos: A troca de afetos, ideias, sorrisos e aprendizados com familiares e amigos é fundamental para a saúde mental e proporciona efeitos positivos na capacidade cognitiva.

4. Leia mais livros: Quando uma pessoa lê um livro, ela cria imagens e aciona diversos centros cerebrais.

5. Aprenda coisas novas: Aprender algo novo, como um novo idioma, é um bom desafio para manter o cérebro em forma. Aulas de artesanato e dança também são boas pedidas. 

Se for em grupo, melhor ainda para estimular a socialização e ajudar a cultivar relacionamentos.

Veja mais: Autocuidado para alcançar envelhecimento saudável

6. Ouça música: A música ativa todas as partes do cérebro, melhorando a capacidade cognitiva. Além disso, a memória musical é, muitas vezes, a última a desaparecer.

7. Durma bem: Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), são necessárias em média oito horas diárias de sono por dia. 

Esse número, no entanto, pode mudar em cada faixa etária. Mas, independentemente da idade, dormir pouco pode causar estresse, apatia e mente esgotada.

8. Fique em silêncio por um tempo: Da mesma forma que interagir com as pessoas é importante, ter um momento consigo mesmo também. 

Um tempo em silêncio, por meio do relaxamento, e da meditação em uma sala silenciosa, traz muitos benefícios à saúde mental, acalma os pensamentos e amplia a capacidade de percepção.

9. Seja otimista: Seja otimista com a vida, o mundo e, principalmente, com você mesmo! A afirmação positiva fortalece as redes neurais e aumenta a proficiência mental.

10. Beba água: Você sabia que 75% do cérebro é formado por água? Logo, para um bom funcionamento do órgão, e de todo o corpo é fundamental manter-se hidratado.

Veja também: Especialistas discordam do uso do termo velhice em lista de doenças



Pontos moeda