Reforço com imunizantes diferentes é mais eficiente, diz estudo
O ensaio foi feito com 458 voluntários, em dez lugares diferentes dos EUA e em duas fases de pesquisa clínica
Um estudo feito por cientistas dos Estados Unidos mostrou que usar dose de reforço com imunizantes de farmacêuticas diferentes apresenta melhor resposta imune, se comparado com a dose extra do mesmo produto. A pesquisa foi publicada no site medRixv, e ainda precisa da validação de outros cientistas.
Eles pesquisaram a eficácia do reforço da imunização contra a covid-19 de forma homóloga (mesma vacina) e heterólogo (vacina diferente) dos três fármacos aplicados no país: Janssen, Pfizer e Moderna.
O ensaio foi feito com 458 voluntários, em dez lugares diferentes dos EUA e em duas fases de pesquisa clínica.
Todos os participantes receberam uma das três vacinas e não tinham sido infectados pelo SARS-CoV-2, pelo menos 12 semanas após a imunização completa. Desses, 154 pessoas receberam reforço da Moderna; 150, da Janssen; e 154, da Pfizer.
Os resultados
Os resultados primários, apresentados de 15 a 29 dias após a aplicação, indicaram que o reforço aumentou a produção de anticorpos neutralizantes de 4,2 a 76 vezes a mais, e a produção de anticorpos de ligação de 4,6 a 56 vezes a mais, com qualquer combinação de vacinas.
Porém, com imunizantes iguais a produção de anticorpos de ligação cresceu de 4,2 a 20 vezes. Já, com doses diferentes, o aumento foi de 6,2 a 76 vezes mais eficaz.
Os anticorpos neutralizantes destroem o vírus. Os anticorpos de ligação se unem ao vírus, mas não o matam ou evitam a infecção. Em vez disso, alertam o sistema imunológico para presença da célula estranha os leucócitos são enviados para destruí-la.
O surgimento da variante Delta e a queda da imunidade após seis meses do esquema vacinal completo, levantou a questão sobre as doses de reforço para conter a pandemia. Na maioria dos países, elas estão autorizadas para idosos e imunodeprimidos.
No Brasil, o Ministério da Saúde indica que é a aplicação extra seja, preferencialmente, com a Pfizer, independentemente do produto usado anteriormente. Porém, a indicação do FDA (agência reguladora nos EUA) é que o reforço seja do mesmo laboratório.
Janssen
A vacina produzida pela Johnson & Johnson é a única aplicada em dose única. Porém, no fim de agosto, a farmacêutica apresentou um estudo indicando que a aplicação de uma segunda vacina resultou em níveis de anticorpos de ligação nove vezes superiores aos de níveis vistos 28 dias depois de as pessoas receberem a primeira dose.
Diante disso, a empresa pediu autorização na agência reguladora dos EUA para uso emergencial do reforço, em todas as pessoas acima dos 18 anos e que receberam a dose única.
*Com informações do Portal R7