Saúde

Menopausa: conheça os mitos e verdades sobre a reposição hormonal

As únicas contraindicações são em relação às mulheres que tiveram câncer de mama ou endométrio e as que têm tendência a ter trombose

Foto: Divulgação/Pexels

A reposição hormonal durante a menopausa pode melhorar uma série de sintomas desagradáveis que surgem nessa fase. 

A endocrinologista Amanda De Athayde, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, afirma que praticamente todas as mulheres podem fazer o tratamento. 

A médica explicou que alguns tipos de derivados da progesterona podem estar ligados ao aumento de incidência de câncer de mama, porém a progesterona natural, que é a mais recomendada, não traz riscos. O estrogênio não é capaz de transformar uma célula benigna em uma maligna, mas pode acelerar o crescimento do tumor. O tratamento mais seguro é o feito com hormônios iguais aos produzidos pelos ovários, em doses adequadas e monitoramento anual. “Nos Estados Unidos e populações mais pobres do Brasil ainda utilizam os hormônios não naturais, por conta do preço”.

A menopausa acontece quando os óvulos da mulher, que tem um número determinado no nascimento, acabam, entre 48 e 52 anos. “A menopausa na verdade é a última menstruação da mulher, mas essa palavra é muito associada aos sintomas que ela causa”, afirma. Quando paramos de menstruar os hormônios relacionados ao ciclo menstrual e a liberação de óvulos param de ser liberados, o estrogênio e a progesterona. A falta de estrogênio, causa a maior parte de sintomas característicos da menopausa. “Para reverter esses sintomas é só suplementar o estrogênio”.

Segundo a endocrinologista, o principal sintoma, que acomete de 75% a 80% das mulheres, são as ondas de calor. A falta de estrogênio desregula o centro termogênico cerebral. A mulher tem uma sensação de susto, taquicardia, com um aumento da sensação térmica, seguida de uma sudorese abundante. Outros sintomas comuns são a insônia, cansaço e irritabilidade. No médio prazo pode ocorrer o ressecamento da vagina, perda de cálcio nos ossos, diminuição da hidratação das articulações e maior incidência de problemas cardíacos. “Quando tem estrogênio, a mulher é mais protegida das doenças do coração do que o homem. Na menopausa a chance se iguala”.

A questão da menstruação varia. A endocrinologista explicou que isso é uma escolha da mulher. Se a pessoa optar por não menstruar ela vai tomar progesterona diariamente. As pessoas que optam por essa modalidade precisam fazer ultrassom intravaginal semestralmente para acompanhar o tamanho do endométrio. Outra opção é fazer o tratamento cíclico, em que a mulher toma a progesterona durante alguns dias do mês, fazendo com que o endométrio descame. “Nessa modalidade a mulher menstrua, tem uma limpeza do útero. Muitas se sentem bem menstruando, se sentem mais jovens e também é bom pois não precisa vigiar o tempo todo”, afirma. Em qualquer uma das modalidades é necessário fazer exames anualmente: mamografia, ultrassom intravaginal, ultrassom de mama, exame densitometria óssea e exame de sangue, para verificar a dosagem dos hormônios". 

Além disso, Amanda explicou que doses muito altas podem dar dor nas mamas, inchaço e peso nas pernas. Além disso, os hormônios tomados por via oral, por passar pelo fígado antes de serem absorvidos, podem causar coagulação e pressão arterial. “Se for adesivo ou gel, na dosagem correta, quase não tem efeitos colaterais”.

Para as mulheres que não podem fazer o tratamento hormonal, Amanda disse que a alternativa é tratar os sintomas. As ondas de calor podem ser tratadas com remédios para neuropatia diabética e antidepressivos, existem hidratantes vaginais para melhorar o ressecamento, medicações para segurar a perda óssea e medicamentos dermatológicos para queda de cabelo. “São vários medicamentos que podem ser substituídos apenas por um, por isso, sempre que a pessoa pode, recomendamos o tratamento hormonal”.

Com informações do Portal R7!

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