Obesidade mórbida
Imagem: Freepik

A obesidade, especialmente a mórbida e a crônica, é uma das maiores ameaças à saúde pública no Brasil e no mundo. Ainda assim, muitas pessoas que enfrentam esse problema sofrem não só com as questões físicas, mas também com o peso do preconceito e da desinformação.

Como diretora de um centro de pesquisa, que conduz há anos vários estudos de obesidade com os novos medicamentos para este problema de saúde pública quero reforçar a importância de entender essa condição de forma mais humana e científica.

Fatores que levam à obesidade mórbida

Infelizmente, quem tem obesidade mórbida muitas vezes é visto pela sociedade como alguém que não tem força de vontade, uma visão cruel e injusta. Essa percepção errada pode trazer mazelas graves, como crises de ansiedade, baixa autoestima e isolamento social. A verdade é que, para muitas dessas pessoas, a obesidade crônica tem uma base genética sólida, influenciada por fatores que vão além do simples desejo de comer demais.

Diversos fatores podem levar à obesidade mórbida, incluindo predisposição genética, alterações hormonais, fatores ambientais, estresse, uso de certos medicamentos e até condições médicas específicas.

Problemas associados à obesidade

Quando não tratada, a obesidade pode evoluir para mais de 200 comorbidades distintas, como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, hipertensão, problemas renais, entre outros graves impactos na saúde. O impacto na qualidade de vida é imenso e o custo para o sistema de saúde é altíssimo.

No Brasil, o sistema público enfrenta ainda mais uma dura realidade: pacientes podem aguardar mais de dois anos para realizar cirurgias bariátricas, uma das principais opções de tratamento para casos severos. Essa demora só aumenta o risco de complicações e agrava o quadro de saúde dos pacientes.

Estratégias para reduzir a obesidade

Reduzir a obesidade no país não é apenas uma questão de estética, mas uma estratégia fundamental para diminuir a incidência de doenças cardiovasculares, diabetes, doenças nefrológicas e muitas outras condições que comprometem a vida de milhões de brasileiros.

Medicamentos como Mounjaro ou similares têm se mostrado aliados poderosos nesse combate, ajudando a controlar o peso de forma segura e eficaz.

Por trás dessas inovações, estão centros de pesquisa científica que desenvolvem estudos criteriosos, baseados em evidências, e que garantem a segurança e a eficácia desses medicamentos. É fundamental valorizar e apoiar esse trabalho, pois só assim podemos avançar na luta contra a obesidade e suas consequências.

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Romper com os preconceitos é um passo essencial. Pessoas com obesidade mórbida merecem compreensão, respeito e acesso às melhores opções de tratamento. A ciência está ao lado delas, e juntos podemos construir uma sociedade mais justa, saudável e empática.

Irani Francischetto

Mestre em Odontologia

Irani Francischetto é CEO e fundadora do Cedoes, centro privado de pesquisas clínicas do Espírito Santo. Também é membro fundadora e conselheira fiscal da Aliança Pesquisa Clínica Brasil e mestre em Odontologia (Periodontia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Irani Francischetto é CEO e fundadora do Cedoes, centro privado de pesquisas clínicas do Espírito Santo. Também é membro fundadora e conselheira fiscal da Aliança Pesquisa Clínica Brasil e mestre em Odontologia (Periodontia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.