Obesidade
Imagem: Freepik/Reprodução

A obesidade é um dos maiores desafios de saúde pública do nosso tempo, é uma condição crônica, complexa e multifatorial que já atinge mais da metade da população brasileira. Conforme os dados do Ministério da Saúde, o número de pessoas com obesidade cresceu 72% em pouco mais de uma década, e 57% dos brasileiros estão acima do peso ideal.

O alerta é claro: não se trata apenas de estética, mas de saúde, qualidade de vida e bem-estar.

Os fatores que levam à obesidade

A doença resulta da interação entre fatores genéticos, metabólicos, psicológicos, sociais e ambientais. Ou seja, não é simplesmente comer demais ou se exercitar de menos.

Aspectos como rotina estressante, sono irregular, alimentação ultraprocessada, ansiedade e até predisposição genética influenciam diretamente o metabolismo e o acúmulo de gordura corporal.

Principais impactos

Os impactos são amplos: a obesidade está associada ao aumento do risco de diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares, apneia do sono e até alguns tipos de câncer. Além disso, há o peso invisível do preconceito, um estigma social que, muitas vezes, impede que as pessoas busquem ajuda ou recebam o acolhimento necessário.

A nossa preocupação é ainda maior entre as novas gerações. Estimativas do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) apontam que 12,9% das crianças entre 5 e 9 anos e 7% dos adolescentes entre 12 e 17 anos já enfrentam a obesidade. O dado reforça a importância da prevenção desde cedo, com hábitos saudáveis e acompanhamento médico regular.

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Temos que ressaltar, que tratar a obesidade exige mais consciência e menos julgamento. É um processo que passa por reeducação alimentar, prática de atividades físicas, acompanhamento multiprofissional e cuidado com a saúde mental. A boa notícia é que, com orientação adequada e apoio, é possível reverter o quadro e retomar o equilíbrio.

Mudanças que fazem a diferença

Pequenas mudanças na alimentação podem fazer uma grande diferença. Veja algumas orientações práticas:

  • Priorize alimentos naturais: frutas, verduras, legumes, grãos integrais e proteínas magras devem compor a base do prato.
  • Evite os ultraprocessados: produtos prontos, embutidos, refrigerantes e snacks industrializados são ricos em gordura, açúcar e sódio, que favorecem o ganho de peso.
  • Mastigue devagar e preste atenção à saciedade: comer com calma ajuda o cérebro a reconhecer quando o corpo está satisfeito.
  • Hidrate-se bem: muitas vezes confundimos sede com fome. Beba água ao longo do dia.
  • Não pule refeições: manter intervalos regulares evita picos de fome e melhora o controle do apetite.
  • Planeje suas refeições: ter opções saudáveis à mão ajuda a evitar escolhas impulsivas.

Aprenda a equilibrar, não a restringir. Nenhum alimento precisa ser totalmente proibido, mas as quantidades e frequências fazem toda a diferença. Mais do que buscar um corpo ideal, o foco deve ser a saúde integral. Cuidar do peso é cuidar da vida. E dar o primeiro passo pode significar uma grande transformação.

Dra. Gisele Dazzi

Endocrinologista

Médica endocrinologista e seu propósito aqui na coluna Vida Saudável é trazer informação e novidades para que você melhore a cada dia sua qualidade de vida. @dragiselelorenzoni

Médica endocrinologista e seu propósito aqui na coluna Vida Saudável é trazer informação e novidades para que você melhore a cada dia sua qualidade de vida. @dragiselelorenzoni