Saúde

Pacientes com tipo raro de câncer podem ter nova opção de tratamento

Estudo identificou que pessoas submetidas à dupla imunoterapia têm redução do risco de morte em 26%

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Foto: Divulgação

Pacientes com mesotelioma, um tipo raro de câncer, podem ter uma nova alternativa terapêutica. Um estudo apresentado na World Conference on Lung Cancer, identificou que aqueles submetidos à dupla imunoterapia, composta por nivolumabe e ipilimumabe, têm redução do risco de morte em 26%.  A novidade chega durante o Agosto Branco, mês de conscientização sobre cânceres pulmonares e representa uma esperança aos que enfrentam esse tipo raro de tumor.

Sobre o mesotelioma

O principal catalizador para esse tumor é o contato ocupacional com o amianto. Por isso, países em desenvolvimento, como Brasil, podem ter maior incidência. Em geral, o amianto é inalado por pessoas que trabalham com mineração ou em fábricas de produtos de cimento-amianto e asbestos. Roupas contaminadas ou residir próximo a locais em que essas atividades são exercidas podem ser também prejudiciais.

Homens têm cinco vezes mais chance de desenvolver mesotelioma do que mulheres. Outro fator de risco é a idade: dois em cada três diagnósticos são em pessoas com mais de 65 anos. Exposição a radiações ionizantes e a zeólitos, assim como alteração no gene BAP1, aumentam a probabilidade de ter a doença.

Sintomas 

Dor no tórax, dor para respirar e falta de ar são os sintomas mais frequentes, que podem ser acompanhados de tosse, febre, perda de peso e fraqueza. Ainda, em quase 90% dos casos identifica-se derrame pleural, ou seja, acúmulo de líquidos nos tecidos que revestem pulmão e tórax.

Doença 

O mesotelioma começa a partir de células que revestem órgãos do tórax e do abdômen e mais de três em cada quatro casos são localizados nos pulmões.

 Atualmente, o único tratamento disponível é a quimioterapia. Por isso, os achados promissores do uso da imunoterapia podem significar uma opção mais assertiva e eficaz. Para se ter uma ideia do tempo de vida ganho com nivolumabe e ipilimumabe, de acordo com o estudo, após dois anos, 41% dos pacientes que usaram essa combinação estavam vivos. Contudo, com a quimioterapia, esse percentual cai para 27%. 

“Esse é um tipo de tumor agressivo, com opções escassas de tratamento. Por isso, avanços científicos como o apresentado pelo estudo CheckMate-743 são de imensa importância. Os resultados positivos da dupla imunoterapia são inéditos e devem fomentar discussões sobre o enfrentamento do mesotelioma no Brasil e no mundo”, analisa Angelica Pavão, Diretora Médica da BMS Brasil.