Os animais de estimação são conhecidos como os melhores amigos que uma pessoa pode ter. Leais, animados e carinhosos, demonstram seu amor de muitas formas, principalmente, pelas famosas lambidas.
É normal que quando um recém-nascido chegue a uma família que já tenha um pet, ambos criem um vínculo especial e este amor também seja direcionado à eles. Entretanto, apesar de ser uma relação que pode trazer diversos benefícios, alguns cuidados devem ser tomados sobre o hábito de lamber o rosto do bebê.
Pets podem lamber rosto de bebês?
De acordo com o infectopediatra Leonardo Lence, a cavidade oral dos animais contém uma grande variedade de bactérias, vírus e parasitas que, embora muitas vezes não causem doença neles, podem ser transmitidos aos humanos.
Por ainda contarem com um sistema imunológico imaturo, os recém-nascidos são mais suscetíveis às infecções.
Entre os agentes mais comuns estão Pasteurella multocida, Capnocytophaga canimorsus, além de parasitas intestinais como Toxocara spp. e microrganismos que podem levar a gastroenterites, infecções cutâneas ou até quadros graves em pessoas imunologicamente mais vulneráveis, como os bebês.
Leonardo Lence, infectopediatra do Hospital São José e professor do Unesc
Segundo o especialista, o recomendado é que o contato íntimo, como lambidas no rosto, seja evitado pelo menos nos dois primeiros anos de vida. Durante este período a criança está desenvolvendo defesas imunológicas mais robustas.
A infectopediatra Rafaela Altoé, do Hospital Santa Rita, ainda completa que, mesmo que o animal seja saudável, é importante ter cuidado em qualquer idade. “Lamber rosto, olhos e mucosas, não é aconselhável em nenhuma idade”, complementou.
Apesar dos cuidados, a convivência traz benefícios
Mas, calma! Apesar de ser importante evitar os “lambeijos”, principalmente em recém-nascidos, o contato com animais de estimação pode trazer muitos benefícios, segundo os especialistas.
“A convivência entre bebês e animais de estimação, entretanto, é saudável e pode trazer benefícios emocionais e de socialização, desde que ocorra de forma segura”, explicou Lence.
Alguns cuidados que podem tornar a convivência mais segura são:
- manter a higiene do pet em dia;
- Priorizar a vacinação, a vermifugação e as consultas veterinárias;
- Evitar lambidas em mucosas, como olhos, boca e nariz;
- Higienizar as mãos da criança após brincar com o animal.
Para os dois especialistas, o ideal é manter e incentivar a convivência, desde que aconteça de forma segura para ambas as partes.
Rafaela Altoé ainda afirma que, caso o contato tenha acontecido e a criança comece a apresentar sintomas, é importante procurar o médico para diagnóstico e tratamento correto.
Os responsáveis devem ficar atentos a diarreias, vômitos e cólicas, que podem levar a desidratação; infecções de pele com vermelhidão, calor e febre, que podem ser característicos de abscessos; lesões fúngicas, geralmente circulares e com leve descamação; além de quadros de tosse, espirros, coriza e até crises de asma. além disso, há vários outros sintomas, a depender da intensidade do contato com o animal.
Rafaela Altoé, infectopediatra