
O potássio é um mineral essencial para o funcionamento dos músculos, dos nervos e do coração. Quando os rins estão saudáveis, eles conseguem eliminar o excesso desse nutriente pela urina, mantendo o equilíbrio do organismo.
Mas, em pessoas com doença renal crônica, essa capacidade de eliminação fica reduzida. Nesses casos, o potássio pode se acumular no sangue, levando a palpitações, fraqueza, alterações do ritmo cardíaco e, em situações mais graves, risco de arritmias potencialmente fatais.
Controle do potássio
No dia a dia, observo que muitas pessoas acreditam que controlar o potássio significa apenas “evitar banana” ou “diminuir a água de coco”. Na prática, a lista de alimentos ricos em potássio é ampla e inclui frutas, verduras, legumes e sementes que, quando consumidos em excesso, podem elevar rapidamente os níveis sanguíneos. São exemplos frequentes:
- Batata;
- Tomate;
- Abacate;
- Água de coco;
- Frutas secas;
- Castanhas;
- Chocolate.
A forma de preparo também faz diferença: cozinhar os legumes em água e desprezar a água do cozimento reduz o teor de potássio, enquanto assar ou grelhar concentra o mineral.
O desafio dos industrializados
O maior desafio, porém, não está apenas nos alimentos naturais, mas nos industrializados. Temperos prontos, embutidos, salgadinhos, molhos, refrigerantes “zeros”, suplementos proteicos e produtos ultraprocessados costumam conter aditivos à base de potássio, que muitas vezes passam despercebidos no rótulo.
Esses aditivos são absorvidos mais rapidamente pelo organismo e podem elevar o potássio de forma mais intensa do que os alimentos in natura. Por isso, orientar a leitura atenta dos ingredientes é fundamental: termos como “fosfato de potássio”, “cloreto de potássio” e “citrato de potássio” merecem atenção especial.
Escolhas informadas
Evitar exageros não significa adotar uma dieta pobre e sem prazer. Muitas frutas, verduras e legumes podem ser consumidos em porções moderadas, especialmente quando preparados de forma adequada.
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Além disso, hidratação adequada, cuidado com o uso de anti-inflamatórios, acompanhamento médico regular e exames periódicos ajudam a identificar precocemente qualquer descompensação. Quando há elevação persistente do potássio, intervenções como ajuste medicamentoso, correção alimentar e, em alguns casos, terapias específicas são necessárias.
Conviver com doença renal exige escolhas informadas, e o controle do potássio é uma das mais importantes. Com atenção ao preparo dos alimentos, redução de ultraprocessados e acompanhamento regular, é possível manter o equilíbrio e proteger o coração e os rins ao longo do tempo.