Pressão alta
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Nos últimos dias foi publicada a Diretriz Brasileira de Hipertensão de 2025 que trouxe uma mudança importante na forma como vemos a pressão arterial. O diagnóstico de hipertensão arterial não mudou, a partir de 140/90mmHg é hipertensão. A mudança veio de fato na categoria pré-hipertensão, valores a partir de 120/80mmHg passaram a ser vistas com mais cuidado.

Isso não significa que quem tem 12 por 8 precise de remédio. Mas essa faixa intermediária, chamada de “pré-hipertensão”, ganhou mais importância. Pessoas nesse grupo não são consideradas doentes, mas precisam de atenção especial para evitar que a pressão aumente com o tempo.

O que muda para quem tem pré-hipertensão?

O grande foco para quem está nessa faixa é a mudança de hábitos de vida, que muitas vezes é suficiente para controlar a pressão e reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Entre as principais medidas estão:

  • Alimentação equilibrada: reduzir o sal, aumentar o consumo de frutas, verduras, legumes, grãos integrais e peixes.
  • Atividade física regular: pelo menos 150 minutos por semana de exercícios aeróbicos (caminhada, bicicleta, natação) e incluir atividades de força pelo menos 2 x por semana.
  • Controle do peso: mesmo pequenas reduções já ajudam a baixar a pressão.
  • Sono adequado: dormir mal favorece o aumento da pressão.
  • Redução do álcool e do tabaco: ambos estão diretamente relacionados ao risco cardiovascular.
  • Gerenciamento do estresse: técnicas de relaxamento, meditação ou atividades prazerosas podem ajudar.

Diagnóstico precoce

A ideia da nova diretriz não é medicar mais pessoas, mas identificar precocemente quem tem maior risco e agir antes que a hipertensão se instale de forma definitiva. Por isso também sugere o cálculo do risco cardiovascular individualizado, com o uso do Prevent score, uma calculadora que une vários fatores de risco para estimar o risco cardiovascular.

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Assim, quem tem 120 por 80mmHg deve aproveitar esse “sinal de alerta” para rever seus hábitos. Com pequenas mudanças, é possível evitar o uso de remédios no futuro e, principalmente, reduzir o risco de problemas graves como infarto, derrame e insuficiência cardíaca.

Ter pressão de 120/80 mmHg não é motivo de pânico, mas sim um convite para cuidar mais da saúde. O remédio, na maioria das vezes, não é necessário nesse estágio — o que faz toda a diferença são as escolhas do dia a dia.

Dra. Tatiane Mascarenhas Santiago Emerich

Colunista

Médica pela Escola de Medicina da Santa Casa de Vitória. Residência em Clínica médica pela Santa Casa de São Paulo. Residência em cardiologia e ecocardiografia pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia de São Paulo. Titulo de especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Título em área de atuação em Ecocaridografia pelo Departamento de Imagem Cardiovascular - SBC. Presidente da SBC ES 2020/21. Caridologista e Ecocardiografista do Centrocor e CDC. @tatianeemerich

Médica pela Escola de Medicina da Santa Casa de Vitória. Residência em Clínica médica pela Santa Casa de São Paulo. Residência em cardiologia e ecocardiografia pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia de São Paulo. Titulo de especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Título em área de atuação em Ecocaridografia pelo Departamento de Imagem Cardiovascular - SBC. Presidente da SBC ES 2020/21. Caridologista e Ecocardiografista do Centrocor e CDC. @tatianeemerich