Saúde

Puerpério: como manter a mente saudável sendo mãe de primeira viagem

Psicóloga orienta sobre como lidar com as cobranças, evitar a exaustão e construir uma rede de apoio no puerpério

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Recém-nascido e mãe
Foto: Freepik

Entre fraldas, noites maldormidas, amamentação e mudanças hormonais, é comum que mães de primeira viagem se sintam sobrecarregadas, ansiosas ou até mesmo perdidas com a chegada do primeiro filho.

Apesar de ser um momento feliz, o puerpério pode trazer consigo um esgotamento mental para o qual, às vezes, nem as mulheres, nem as pessoas à sua volta estão preparadas.

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Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que cerca de 20% das mulheres no período pós-parto desenvolvem algum tipo de transtorno mental, como depressão ou ansiedade.

O impacto da sobrecarga falta de apoio no puerpério

Segundo a psicóloga Sátina Pimenta, coordenadora do curso de Psicologia do Centro Universitário Estácio de Vitória, a sobrecarga e a falta de apoio tornam o período do puerpério, já complicado, ainda mais desgastante.

Essa mãe é construída socialmente para ser uma figura disponível o tempo todo. Muitas relatam a sensação de deixar de ser uma pessoa para se tornarem apenas ‘a mãe de alguém’. Isso pode gerar impactos psicológicos profundos, especialmente quando a gravidez não foi planejada ou desejada inicialmente.

A pressão para “dar conta de tudo” e as mudanças repentinas na rotina com a chegada do bebê estão diretamente ligadas à exaustão mental na maternidade e, por isso, a especialista destaca a importância da rede de apoio.

“Reorganizar a vida para dar conta de todas essas exigências é algo extremamente complexo e emocionalmente desgastante. Por isso, uma das principais recomendações é não tentar dar conta de tudo sozinha”, alerta Sátina.

Sinais de alerta

Alguns sintomas podem indicar que a saúde metal da mulher pode estar comprometida. Segundo a psicóloga, é preciso prestar atenção aos seguintes sinais:

  • Tristeza persistente;
  • Insônia;
  • Falta de prazer nas atividades diárias;
  • Irritabilidade constante;
  • Sensação de fracasso;
  • Excesso de culpa.

“Esses sinais podem indicar depressão pós-parto, exaustão emocional ou ansiedade, quadros distintos, mas que podem ser potencializados pela pressão social e pela ausência de suporte adequado”, explica.

Como manter a saúde mental

Dividir responsabilidades é essencial
O papel da família no puerpério
Dividir as responsabilidades é essencial no puerpério (Reprodução: Freepik)

A mulher precisa de um apoio sólido e, neste momento, o pai desempenha um papel fundamental. “É essencial lembrar que o pai não está apenas ‘ajudando’ — ele também é responsável pela criação dos filhos”, reforça a psicóloga.

Além disso, instituições especializadas, profissional e outras mães também podem auxiliar no suporte necessário.

A presença de amigos e familiares também faz diferença

Para a especialista, desde que não venha acompanhada de julgamentos ou palpites que gerem mais estresse, a presença de familiares e amigos é bem-vinda.

A mãe de primeira viagem tem muitas dúvidas, vive tudo pela primeira vez. Ela se cobra mais. Por isso, o acolhimento sem crítica é essencial”, explica.

Procure ajuda psicológica quando necessário

Priorizar a saúde mental fortalece a mulher para viver a maternidade de forma mais leve, proveitosa e equilibrada.

Procurar ajuda psicológica é essencial não só para melhorar a primeira experiência, mas também para ajudar nas futuras gestações. Sátina Pimenta, que é mãe de dois filhos, revela que mudanças na atitude da mulher são normais e que isso não deve reprimi-la ou preocupá-la.

“Outra coisa que acontece também é quando a mãe tem o segundo filho. Vem aquele medo de passar tudo de novo, mas a mulher que pariu antes não será a mesma de agora, pois o amadurecimento da vida e da própria maternidade irão ofertar isso. Eu tenho dois filhos de 10 anos de diferença entre um e o outro, estão em fases de desenvolvimento opostas, então eu sei que as diferenças em si mesma vão ocorrer e isso é bom”.