Saúde

Quatro em cada dez brasileiros engordaram na quarentena

Quase metade dos entrevistados (48,1%) afirmou sentir mais vontade de comer, mesmo quando não está com fome

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Foto: Divulgação

Pesquisa aponta que seis em cada dez pessoas conseguiram manter peso, mesmo com o aumento do consumo de pães e massas. O levantamento foi feito por meio de um questionário online, que foi respondido por 1.470 pessoas e levou em consideração o Índice de Massa Corporal (IMC), tempo de isolamento e alimentação durante a quarentena. A análise também revela que hábitos como prática de atividades físicas e consumo de álcool tiveram impacto na variação de peso da população.

“Fazer uma dieta saudável sem radicalismo durante o processo de flexibilização e averiguar bem o restaurante em que vai consumir, evitando alguns tipos de alimento nesse momento de pandemia são algumas das orientações importantes nesse momento”, destaca Nivaldo Marinho de Souza Junior, fundador e CEO da 100Peso, que faz parte do grupo Vitabe.

Quase metade dos entrevistados (48,1%) afirmou sentir mais vontade de comer, mesmo quando não está com fome, mas 44% afirmaram que não mudaram os hábitos alimentares. Segundo a pesquisa, 23% dos entrevistados ganharam peso e 17% relataram que emagreceram. A variação de peso é considerada quando é superior a um quilo.

Alerta dietas restritivas 

Na tentativa de se manterem no peso ideal e eliminar os eventuais quilos extras, alguns optam pelas dietas restritivas. Mas, em um momento como o que estamos vivendo, é necessário prestar atenção em nossa saúde e cuidar do nosso corpo. A nutricionista doutora da Universidade de São Paulo e autora do best-seller “O Peso das Dietas”, Sophie Deram, acredita que dietas, ainda mais as restritivas, nunca são a melhor opção.

“Dados científicos mostram que 95% das pessoas que optam por essas dietas restritivas para emagrecer, voltam a engordar um tempo depois e ainda podem até ganhar quilos extras. Estando em isolamento, precisamos entender que nosso corpo continua precisando de cuidados e não podemos negligenciá-lo por conta do medo de engordar”, explica.

Este medo é compreensível em uma sociedade que valoriza a estética, e confunde saúde com magreza. Mas, a especialista compreende que é necessário entender a alimentação de uma outra forma para que se possa começar a se desprender desses medos. “A alimentação é flexível e variável, não somos máquinas feitas para comer sempre da mesma forma e na mesma quantidade. Além disso, o nosso corpo e peso mudam ao longo de toda a vida”.

Para que o sentimento de culpa ao se alimentar possa ser modificado, Sophie alerta para a necessidade de se começar a mudar a visão que existe sobre o que realmente é ter um corpo saudável. De acordo com a nutricionista, a verdade é que preciso aprender o hábito de ser gentil com o próprio corpo.