A Radioblação é uma técnica relativamente nova, teve seu nascimento na década de 90 e vem se desenvolvendo ao longo desses anos. Hoje ela consiste em posicionar uma agulha através de uma punção na pele do abdome do paciente até o interior do tumor guiado por imagens de ultrassonografia ou tomografia computadorizada.
A agulha é conectada a uma fonte de energia que gera calor, promovendo a destruição do tumor. Não são necessários cortes ou qualquer tipo de incisão e em pouco tempo, o paciente tem alta hospitalar.
“Cada vez mais estamos tratando os pacientes oncológicos com mais qualidade. Hoje com a evolução da medicina, já existem esses métodos minimamente invasivos que nos permitem tratar cada vez mais pacientes, aumentando a sobrevida e o conforto dos mesmos”, comenta o cirurgião do aparelho digestivo e hepatobiliopancreatico, Rogério Dardengo.
O método é comumente usado em metástases de tumor colorretal e em carcinoma hepatocelular, também conhecido como CHC, que é o tumor primário de fígado. Apesar de ser um procedimento cheio de benefícios e aprovado pela Agência Nacional de Saúde, as agulhas não são disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Não existe ainda um caminho facilitado pelo Governo o que nos impede de realizá-lo com mais frequência”, lamenta o especialista.
Os pacientes que passam por ele são particulares, convênios ou via judicialização.
Pacientes graves que não suportariam uma cirurgia convencional, pacientes com fígados pequenos por passado de hepatectomia e com tumores pequenos (em geral até 3cm), são candidatos ao procedimento que tem intensão curativa. “Quando o paciente e tumor são possíveis de radioblação, a gente tenta sempre disponibilizar ao paciente, pois os benefícios são muito significativos”, comenta.
Ação
Como é uma tecnologia ainda pouca usada e com muitos benefícios para o paciente, o médico Rogério com apoio do Hospital Evangélico, realiza, no dia 29 de junho, o I Simpósio Sul Capixaba de Radioablação de Tumores Hepáticos.
É a primeira vez que estamos promovendo um evento como esse aqui e como é um procedimento relativamente novo, o nosso principal objetivo é informar sobre a sua existência uma vez que alguns médicos podem não saber que ele existe ou mesmo que é feito em Cachoeiro já há 4 anos no HECI”, conta o cirurgião. Muitas vezes o paciente é encaminhado a outro serviço em outra cidade, gerando um transtorno desnecessário para o paciente e seus familiares. No Espírito Santo, somente o Hospital Evangélico e Vitória realizam esse procedimento.