Respire melhor: como a odontologia pode ajudar na apneia do sono

A apneia do sono, uma condição caracterizada por pausas na respiração durante o sono, pode ter um impacto profundo na saúde. Embora seja frequentemente associada ao ronco, essa condição vai muito além, sendo um dos fatores de risco para doenças cardíacas e outros problemas de saúde geral.

LEIA TAMBÉM: Dor no alinhador dental: saiba o que ela pode indicar e o que fazer

A apneia obstrutiva do sono está frequentemente associada a fatores como obesidade, idade avançada e alterações nas estruturas da boca e da garganta. Além disso, é importante ressaltar que os sintomas mais evidentes, como ronco alto e sensação de cansaço ao acordar, nem sempre são suficientes para o diagnóstico, já que muitas pessoas não têm consciência das pausas respiratórias que ocorrem enquanto dormem.

Como a apneia do sono afeta a saúde do coração

A apneia do sono pode ser um fator de risco significativo para diversas doenças cardíacas. Durante as apneias, quando a respiração é interrompida, o nível de oxigênio no sangue diminui, o que sobrecarrega o coração.

O corpo entra em um estado de estresse, fazendo com que o coração bata mais rápido e de forma irregular. Esse estresse repetido pode causar uma série de problemas cardiovasculares como hipertensão arterial, arritmias cardíacas, doença arterial coronariana, insuficiência Cardíaca.

Estudos demonstram que pessoas com apneia do sono não tratada têm um risco significativamente maior de desenvolver essas condições, tornando a detecção precoce e o tratamento da apneia do sono essenciais para a proteção da saúde cardiovascular.

O papel do dentista no tratamento da apneia do sono

Em uma consulta de rotina, o dentista pode identificar sinais de apneia do sono, como dentes desgastados (que podem ser causados pelo bruxismo, frequentemente associado à apneia) e retrusões da mandíbula, além de informações passadas pelo paciente durante a anamnese.

Se o paciente oferecer informações que possam indicar o problema, a polissonografia poderá ser solicitada.

Com o resultado do exame e a apneia devidamente classificada, o profissional poderá avaliar se somente esse dispositivo intra oral pode ajudar o paciente ou se ele deve ser indicado para o médico, a fim de buscar soluções mais eficazes para casos mais graves, que podem envolver até mesmo cirurgias com Cirurgiões Buco Maxilo Faciais.

Dispositivo para tratamento da apneia

Embora a medicina seja protagonista no diagnóstico da apneia do sono, os dentistas podem desempenhar um papel fundamental no tratamento, especialmente no caso da apneia obstrutiva do sono.

Atualmente existem aparelhos utilizados dentro da boca para tratar essa condição, que são particularmente úteis para casos mais leves a moderados.

Esses dispositivos, conhecidos como dispositivos de avanço mandibular (DAM), funcionam ajudando a posicionar a mandíbula mais para frente enquanto a pessoa dorme.

Isso aumenta o espaço nas vias respiratórias e evita que as vias aéreas se bloqueiem, prevenindo as pausas respiratórias e aliviando o ronco.

Uma vez indicado o uso do dispositivo intra bucal, o acompanhamento da evolução é interessante e o dentista pode solicitar uma nova polissonografia após um tempo de uso do aparelho, a fim de avaliar os resultados obtidos e a melhora (ou não) da apneia.

Em casos mais graves, quando o uso de dispositivos orais não é suficiente, o paciente deve ser encaminhado para um especialista em medicina do sono ou um otorrinolaringologista. O tratamento da apneia grave pode envolver o uso de CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas) ou até mesmo intervenção cirúrgica.

Uma boa qualidade do sono é essencial

A melhora na qualidade do sono impacta na qualidade de vida de maneira geral. Isso inclui a proteção da saúde do coração, melhora na concentração, na disposição para atividades de rotina e na saúde geral.

A abordagem multidisciplinar muitas vezes é fundamental: A apneia do sono, especialmente quando não tratada, pode ter consequências graves para a saúde do coração e do corpo como um todo.

A colaboração entre médicos, dentistas, nutricionistas e outros profissionais é primordial para garantir que os pacientes recebam um tratamento completo e eficaz.