retinopatia diabética
Imagem: Freepik

A retinopatia diabética é uma das principais causas de perda de visão evitável entre adultos em idade produtiva. A doença, provocada pelo excesso de açúcar no sangue, compromete os vasos da retina e pode levar à cegueira irreversível se não for detectada e tratada a tempo.

A condição é silenciosa no início, o que faz com que muitos pacientes só procurem ajuda quando já há danos importantes à visão. O controle adequado do diabetes e o acompanhamento oftalmológico regular são as principais armas contra a retinopatia diabética.

No Dia Mundial do Diabetes, 14 de Novembro, o alerta é para a importância do diagnóstico precoce e do controle rigoroso da glicose.

O que acontece com os olhos

Com o tempo, o açúcar elevado no sangue enfraquece e lesiona os pequenos vasos da retina. Eles podem vazar líquido ou sangue, provocar inchaço (edema macular) e, em fases mais avançadas, formar novos vasos anormais (neovasos) que acabam rompendo, levando a hemorragias e descolamento de retina.

Os principais sintomas incluem visão borrada, distorcida ou com manchas escuras, embora muitos pacientes não apresentem sinais nas fases iniciais.

Tratamentos disponíveis

O tratamento depende do estágio da doença. Nas fases iniciais, o controle rigoroso da glicemia, pressão arterial e colesterol é essencial para evitar a progressão.

Nos casos mais avançados, são indicados tratamentos específicos, como:

  • Injeções intraoculares (anti-VEGF): medicamentos aplicados dentro do olho que reduzem o inchaço e o crescimento de vasos anormais;
  • Fotocoagulação a laser: cauteriza vasos alterados, prevenindo hemorragias e novas lesões;
  • Vitrectomia: cirurgia indicada em casos de sangramento vítreo ou descolamento de retina, que visa limpar o interior do olho e restaurar parte da visão.

Hoje, graças às injeções intraoculares, conseguimos estabilizar e até recuperar a visão de muitos pacientes que, há alguns anos, teriam perda definitiva.

Quem corre mais risco

A retinopatia diabética pode acometer qualquer pessoa com diabetes tipo 1 ou tipo 2, mas o risco aumenta conforme o tempo de doença e o mau controle da glicose. Outros fatores agravantes incluem hipertensão, colesterol elevado, doença renal e gravidez em mulheres diabéticas.

Estima-se que, após 20 anos de diagnóstico, mais de 80% dos diabéticos tipo 1 e 60% dos tipo 2 apresentem algum grau de retinopatia.

Prevenção: enxergar o futuro depende do cuidado de hoje

A melhor forma de prevenir a retinopatia diabética é manter um controle rigoroso do diabetes e realizar exames oftalmológicos anuais, mesmo na ausência de sintomas.

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Pacientes diabéticos devem também adotar hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos, não fumar e proteger os olhos da radiação solar.

A visão é um dos bens mais preciosos que temos. Com diagnóstico precoce e acompanhamento regular, é possível evitar a cegueira em grande parte dos casos.

Dra. Flávia Sardenberg

Oftalmologista

Médica oftalmologista especialista em Retina (Residência Médica Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro). Especialista em Retina pelo Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro e Hospital de Olhos de Minas Gerais.

Médica oftalmologista especialista em Retina (Residência Médica Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro). Especialista em Retina pelo Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro e Hospital de Olhos de Minas Gerais.