
Nas últimas décadas, aprendemos que controlar o colesterol é uma das medidas mais eficazes para prevenir infartos e derrames. Mas a medicina evolui — e as metas também. A nova Diretriz Brasileira de Dislipidemia acaba de atualizar as recomendações, e agora existe um grupo de pessoas que deve manter o colesterol LDL (“o colesterol ruim”) abaixo de 40 mg/dL.
Por que números tão baixos? Porque quanto menor o LDL, menor o risco de a placa de gordura crescer e romper, provocando um infarto. E isso é especialmente importante em pessoas que já têm doença nas artérias do coração ou em outros vasos.
Entenda a nova diretriz
Segundo a nova diretriz, essa meta de LDL abaixo de 40 mg/dL vale para quem está no grupo de risco cardiovascular extremamente alto, que inclui:
- Pessoas que tiveram infarto ou síndrome coronariana aguda nos últimos 12 meses;
- Quem já teve mais de um evento cardiovascular, mesmo que em anos diferentes;
- Pacientes com doença aterosclerótica em mais de um território — por exemplo, nas artérias do coração e também nas pernas (doença arterial periférica) ou nas carótidas;
- Aqueles que continuam apresentando novos eventos mesmo com o tratamento padrão (uso de estatina e outros remédios).
Nesses casos, a meta é ainda mais rigorosa porque o benefício é real: quanto mais baixo o LDL, menor o risco de novo infarto ou AVC.
Tratamento personalizado
Na prática, atingir esses valores geralmente requer associação de medicamentos — estatinas potentes, ezetimiba e, em alguns casos, acido bempedóico, inibidores de PCSK9, inclisirana.
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O importante é entender que o tratamento do colesterol deve ser personalizado. Nem todo mundo precisa ter o LDL abaixo de 40, mas quem já sofreu com uma doença arterial significativa, sim. E o acompanhamento médico é essencial para alcançar esse equilíbrio entre segurança e proteção cardiovascular.