Foto: Reprodução/Hospital Rio Doce
Foto: Reprodução/Hospital Rio Doce

O secretário de saúde do Espírito Santo, Tyago Hoffman, anunciou que a Santa Casa de Misericórdia de Vitória irá assumir a gestão do Hospital Rio Doce, em Linhares. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (08), cinco dias após o hospital anunciar o fechamento da sua maternidade por tempo indeterminado.

Segundo Hoffman, o período de transição da gestão será iniciado na manhã desta quinta-feira (09) e, a partir da quarta-feira (15), a Santa Casa assume definitivamente a direção do hospital.

A Santa Casa de Misericórdia de Vitória vai assumir a gestão do Hospital Rio Doce, garantindo toda a assistência na maternidade e em todos os serviços do hospital, como já havíamos antecipado.”

Tyago Hoffman, secretário estadual de saúde

CONFIRA O ANÚNCIO:

A decisão foi anunciada após uma audiência de conciliação, realizada nesta quarta-feira. Em seu pronunciamento, o secretário chegou a agradecer a Fundação Rio Doce, que estava à frente do hospital, por aceitar o acordo. “Agradecer também à fundação que não colocou óbice ao fechamento desse acordo.”

MPES pediu intervenção

A audiência foi marcada após o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) ajuizar uma ação civil pública para intervenção do Estado no hospital, na última sexta-feira (3). O pedido foi feito um dia depois do anúncio de fechamento da maternidade.

A falta de médicos plantonistas para atender pacientes foi a justificativa dada pela gestão para o fechamento da unidade. A escassez seria devido à atual crise financeira enfrentada pela instituição.

Segundo o MPES, a transferência da gestão já estava prevista com uma reunião que deveria acontecer no último dia 6. Ainda assim, o hospital anunciou o fechamento da maternidade sem acordo com os governos municipal, estadual ou planos de saúde atendidos pela unidade.

“Além disso, diante da informação de que as medidas de contingência e pronta resposta foram adotadas pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), garantindo a continuidade do serviço, foi solicitada a designação de audiência judicial de conciliação”, afirmou o MPES, por nota na época.

Dívidas e falta de recursos

Em nota, divulgada ao anunciar o fechamento da maternidade, a fundação reforçou que o motivo da decisão seria financeiro.

“Os repasses do Ministério da Saúde cobrem apenas cerca de 60% dos custos reais dos atendimentos. O restante precisa ser custeado pelo próprio hospital, o que gerou um déficit financeiro crônico que agora impede a continuidade dos serviços”, informou o hospital por nota.

Na época, afirmaram que gestantes já internadas continuarão recebendo atendimento normalmente até a alta hospitalar. Entretanto, gestantes que precisassem de assistência obstétrica deveriam procurar a rede pública municipal ou buscar informações com seus planos de saúde.

“É inviável a maternidade continuar aberta com este número de médicos, não estamos conseguindo fechar os plantões. Os médicos estão saindo daqui por falta de pagamento. Quando entramos aqui pegamos uma dívida absurda, que chega a quase R$ 100 milhões. É inviável para o hospital seguir trabalhando”, disse Dalziso Armani, provedor do Hospital Rio Doce.

Aline Gomes

Repórter

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.

Jornalista pela Universidade Federal de Viçosa e estudante de Publicidade e Propaganda na Unopar, atuou como head de copywriting, social media, assessora de comunicação e analista de marketing. Atua no Folha Vitória como Editora de Saúde desde maio de 2025.