
Na prática médica, testemunho diariamente o impacto silencioso, mas profundo, da depressão na vida das pessoas. No Brasil, setembro é marcado pelo “Setembro Amarelo”, uma campanha que nos convoca a refletir sobre a prevenção do suicídio e a importância de priorizar a saúde mental.
Essa iniciativa é crucial, pois a depressão pode atingir qualquer pessoa, independentemente da idade – crianças, adolescentes, adultos e idosos –, e, quando não tratada, pode levar a consequências trágicas, como o suicídio.
Entendendo a depressão
A depressão não é apenas um momento de tristeza. Ela se manifesta de forma insidiosa, com sintomas como desânimo persistente, perda de interesse em atividades antes prazerosas, alterações no sono ou apetite, fadiga constante e, em casos graves, pensamentos de autoagressão.
Esses sinais podem se expressar de maneira diferente em cada faixa etária atingida: em crianças, podem aparecer como irritabilidade; em adolescentes, como isolamento; em adultos, como esgotamento; e em idosos, como queixas físicas sem causa aparente. O desafio é reconhecer esses sinais, muitas vezes confundidos com fraqueza ou fases passageiras.
A depressão é uma condição médica séria, que exige diagnóstico precoce e tratamento, como psicoterapia ou medicação. O estigma em torno dos transtornos mentais ainda impede muitas pessoas de buscar ajuda.
Precisamos nos cuidar, assim como cuidar dos que estão ao nosso redor. Perceber mudanças de comportamento em nós, em um amigo, colega ou familiar pode ser o primeiro passo para oferecer ou pedir apoio. Se você ou alguém próximo apresentar sinais de depressão, buscar uma avaliação com um médico ou psicólogo é essencial. A intervenção precoce pode transformar vidas.
Fatores que podem influenciar
Existe fatores que predispõe essa condição como por exemplo, outros casos na família, abuso de substâncias, traumas, estresse crônico ou doenças crônicas especialmente as que causam dor, aumentam a vulnerabilidade em qualquer idade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a cada 40 segundos, uma pessoa morre por suicídio no mundo. Este dado reforça a urgência de ações preventivas.
Gostaria ainda, de destacar que cuidar da saúde mental é tão vital quanto cuidar do corpo. Práticas como exercícios físicos regulares, meditação, terapia, convívio com pessoas queridas e atividades prazerosas fortalecem a resiliência emocional.
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Ouvir sem julgar e oferecer apoio, pode fazer a diferença para quem enfrenta a depressão. Criar ambientes acolhedores, onde as pessoas se sintam seguras para compartilhar suas dores, é um passo fundamental para quebrar o silêncio. Acredito que buscar ajuda é um ato de coragem e o primeiro passo para a recuperação.
A saúde mental é um direito de todos, em qualquer fase da vida. Com empatia, observação e apoio, podemos iluminar o caminho para dias mais leves e cheios de esperança.