Recentemente Júnior Lima e a esposa Mônica Benini compartilharam com seus seguidores nas redes sociais o diagnóstico de síndrome nefrótica da filha mais nova, a pequena Lara, de três anos.
Em relato nas redes sociais, o casal faz um alerta para famílias que podem estar passando por situação similar. Segundo eles, a criança começou a apresentar sinais do que parecia ser uma alergia, mas, mesmo com tratamento, não tinha melhora aparente. “Passamos por um período muito tenso em que não sabíamos como seria”, relatou Júnior.
CONFIRA O RELATO
Entenda o que é síndrome nefrótica
Segundo a nefrologista pediátrica Raniely Bullerjhan Schmidt, a síndrome nefrótica é uma condição em que os rins perdem a capacidade de reter proteínas que deveriam permanecer no sangue, deixando que elas escapem pela urina.
Isso acontece porque os glomérulos, estruturas que funcionam como filtros dos rins, ficam “defeituosos” e passam a deixar escapar especialmente a albumina, uma proteína essencial para manter o equilíbrio de líquidos no corpo.
De acordo com o nefrologista do Hospital Santa Rita, Roberto Sávio, alguns achados podem indicar o diagnóstico da síndrome. São eles:
- Perda de grande quantidade de proteína na urina;
- Albumina (proteína) baixa no sangue;
- Edema (inchaço);
- Alteração de colesterol;
- Presença de gordura na urina;
- Surgimento de tromboses.
“Essa perda de proteínas (principalmente a albumina) é o evento central que desencadeia a síndrome nefrótica”, completou Sávio.
Duas a cada 100 mil crianças recebem o diagnóstico
Raniely Schmidt explica que a estimativa é de que duas a cada 100 mil crianças por ano sejam diagnosticadas com síndrome nefrótica, entretanto, apesar de rara, é considerada a doença renal mais comum na infância.
“A síndrome nefrótica é mais frequente nessa faixa etária do que em adultos. Estima-se que ela aconteça em cerca de 2 a cada 100 mil crianças por ano e, entre as doenças renais da infância, é uma das mais comuns”, explicou a médica.
Em vídeo com o marido, Monica Benini chega a alertar os pais sobre a recorrência da doença. “A síndrome nefrótica é mais comum do que a gente pensa e, muitas vezes, ela é confundida com alergia“, destacou.
Principais causas e tratamento
Já as causas variam de acordo com a faixa etária do paciente, explicou Roberto Sávio. “Em crianças (até 90% dos casos), a causa principal é a Doença de Lesões Mínimas (DLM), uma forma “primária” (sem causa conhecida) que costuma responder muito bem ao tratamento e com baixo risco de evolução de perda de função renal.”
Em adultos as causas costumam ser mais diversas. De acordo com ele, podem ser primárias, como a Glomeruloesclerose Segmentar e Focal (GESF) e a Nefropatia Membranosa, ou secundárias a outras doenças, sendo as mais comuns o Diabetes Mellitus, o lúpus eritematoso sistêmico, e infecções como hepatites B e C e HIV.
Ele ainda explica que o tratamento pode visar tratar a doença de base e controlar os sintomas, o que faz com que a abordagem também varie de caso para caso.
No tratamento da causa são utilizados medicamentos imunossupressores, que reduzem a atividade do sistema imunológico. A escolha do medicamento vai depender do diagnóstico da doença que está causando a síndrome nefrótica.
“No controle dos sintomas usamos diuréticos para eliminar o excesso de líquido e reduzir o inchaço, medicamentos para controlar a pressão arterial e o colesterol e medicamentos para reduzir o risco de tromboses”, explicou.
Síndrome nefrótica tem cura?
Segundo os especialistas, em alguns casos é possível alcançar a cura, mas é possível que a doença retorne em algum momento, principalmente após infecções respiratórias, como gripes e resfriados.
Também há formas da doença mais resistentes ao tratamento, que exigem medicamentos adicionais e um acompanhamento ainda mais rigoroso. Entretanto, segundo Raniely, boa parte das crianças respondem bem ao tratamento.
Na maioria dos casos na infância, a doença entra em remissão com o tratamento, ou seja, os sinais e sintomas desaparecem e a criança pode retomar as atividades normais.
Segundo os pais, Lara respondeu bem ao tratamento aplicado e entrou em remissão. “Ela já está em tratamento e está respondendo super bem, sendo acompanhada por médicos incríveis, com um progresso positivo!”