O aumento dos casos de sobrepeso infantil vem chamando a atenção de profissionais de saúde e autoridades públicas. Dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) apontam que, entre janeiro e agosto de 2025, os atendimentos de crianças com sobrepeso aumentaram 35% em relação ao mesmo período do ano passado no Espírito Santo.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, a estimativa é de que uma em cada sete crianças esteja acima do peso ou obesa. Entre adolescentes o número é ainda mais preocupante, com um em cada três nesta situação.
Este panorama pode estar associado a uma cena relativamente comum nas casas brasileiras: a recusa de alimentos saudáveis. A seletividade alimentar, somada à falta de exercício físico e ao excesso de industrializados é uma das principais causas para o sobrepeso.
Aos três anos, Caio não aceita comer frutas ou verduras. Autista de nível 1 de suporte, a recusa destes alimentos começou após a introdução alimentar.
Na fase de introdução alimentar ele comia de tudo, mas depois começou a recusar. Ele chegou em um ponto que ele não come fruta, só suco, e de legumes só batata.
Kamila Costa, mãe do Caio
Preocupados com a alimentação do filho, os pais de Caio procuraram ajuda na tentativa de introduzir novamente esses alimentos à rotina.
Como melhorar a alimentação na infância
Mas afinal, é possível mudar a alimentação das crianças antes que o sobrepeso ou outras questões de saúde se desenvolvam? Segundo a nutricionista infantil Evelyn Curto, incentivar o contato com o alimento pode ajudar a diminuir a seletividade.
“O comer é a última etapa, eles precisam primeiro tolerar e interagir. Então a gente estimula outros sentidos, como cheirar e se acostumar com aquela textura diferente”, explica. “São elas quem vão saber quando elas vão estar prontas para de fato experimentar e comer”.
Mas a nutricionista alerta: os adultos são os principais exemplos para as crianças, principalmente quando falamos de alimentação. De acordo com a nutricionista, algumas atitudes simples dos pais podem ajudar a criança a olhar para os alimentos de uma forma diferente.
Sentem à mesa com seus filhos, façam um prato colorido e saudável para que elas vejam este exemplo dentro de casa. Além disso, deixem as crianças à vontade para fazer o que elas conseguem fazer naquele momento, pois elas precisam de segurança para evoluir.
Evelyn Curto, nutricionista infantil
*Com informações do Repórter Lucas Henrique Pisa, TV Vitória/Record