Saúde

Terapia nutricional pode reduzir tempo de pacientes em UTI

Mais de 48% dos pacientes hospitalizados em rede pública apresentavam algum grau de desnutrição anterior à internação

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Foto: Divulgação
Desnutrição acarreta em infecções e outras complicações que retardam a alta hospitalar. 

A qualidade da terapia nutricional ministrada à pacientes hospitalizados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) está diretamente associada ao menor ou maior tempo de internação, comorbidade e relação Alta Médica x Taxa de Mortalidade. Segundo pesquisas do Inquérito Brasileiro de Avaliação Nutricional Hospitalar (IBRANUTI), mais de 48% dos pacientes hospitalizados em rede pública apresentavam algum grau de desnutrição anterior à internação.

Para a nutricionista Rafaela Dodde a qualidade da alimentação que será ministrada à pacientes que chegam nas UTIs em condição clínica grave é fundamental para a recuperação e alta hospitalar.

“A taxa de desnutrição, que pode chegar a cerca de 70% dos pacientes, pode acarretar perda de massa magra, infecções, entre outras complicações, tornando necessária a nutrição por via oral, enteral ou parenteral”, afirma a supervisora da Nutrição.

No Hospital Municipal Evandro Freire, no Rio de Janeiro, que é gerenciado pelo CEJAM, a desnutrição em pacientes internados com idade média entre 65 e 80 anos é anterior à hospitalização, o que requer um reforço na terapia nutricional.

“Além de debilitadas pela própria idade, os idosos internados em UTIS podem vir a sofrer de doenças infecciosas, respiratórias, entre outras. A nutrição pode agir como um catalisador, aumentando a capacidade de reação do organismo do paciente”, conclui Rafaela.

Reforço na alimentação de pacientes idosos

A nutricionista lembra que envelhecer significa conviver com as alterações próprias da idade, mas buscando manter a saúde. “Cabe ao nutricionista conscientizar à família de que é possível manter hábitos saudáveis na terceira idade. Entre estes, se hidratar e se alimentar bem, não fumar, praticar atividade física, dormir bem e, não menos importante, contar com a participação efetiva de seus familiares para que não se sintam isolados e diferenciados”, destaca.

Rafaella afirma que, com a alteração na dentição, mastigação e funções gástricas e intestinais, ocorre uma redução na ingestão de alimentos, que pode ser agravada sem uma dieta variada de alimentos.

“O ideal é aumentar a hidratação em 30ml/kg de peso com água mineral, água de coco, sucos naturais e chás; como também aumentar o consumo de fibras, como frutas, legumes, grãos integrais e verduras, além de incluir carboidratos como pães, massas e cereais na sua forma integral; leguminosas como o feijão, ervilha, lentilha, grão de bico e soja, além de leite, iogurte e queijos como ótima fonte de cálcio”, ensina.