Foi-se o tempo dos “vovôs de pijama” e das “vovós tricotando e cuidando dos netos”. Hoje em dia é cada vez mais comum encontrar pessoas da terceira idade no mercado de trabalho, mesmo depois de já aposentadas. Muitos trabalhadores optam por permanecer no emprego, seja por gostar da ocupação ou por questão de necessidade.
Pesquisas apontam ainda que vive-se cada vez mais e trabalha-se por mais tempo. A expectativa de vida dos brasileiros aumentou em mais de 30 anos, passando de 40,7 para 75,5 anos, no período entre 1940 e 2015. Segundo pesquisa do IBGE, em 2016 o país tinha 4,5 milhões de idosos empregados. Já o número de pessoas entre 50 e 64 anos no mercado formal de trabalho cresceu quase 30% entre 2010 e 2015, de acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Apesar da melhora na qualidade de vida nos últimos anos, muitas pessoas com 60 anos ou mais enfrentam dificuldades para se manter no emprego ou buscar uma realocação. Por isso, cuidar da saúde é fundamental. Além da concorrência dos mais jovens, os idosos enfrentam limitações, entre elas a perda auditiva, que afeta mais de 50% dos indivíduos com mais de 60 anos.
“A perda de audição faz parte do processo de envelhecimento natural devido à morte das células ciliadas do ouvido, que são responsáveis pela audição. Por isso, é importante que o indivíduo procure um médico otorrinolaringologista assim que perceber dificuldades para ouvir, a fim de iniciar logo um tratamento e, dessa forma, voltar a ter segurança para interagir com parentes e colegas de trabalho”, ressalta a fonoaudióloga Isabela Papera.
E para não deixar que a deficiência auditiva prejudique o desempenho profissional, a melhor opção, na maioria dos casos, é usar aparelhos auditivos. A boa notícia é que hoje, graças à avançada tecnologia no setor, não há porque ter vergonha de usar um aparelho. As modernas próteses encontradas no mercado são muito discretas (algumas, inclusive, ficam escondidas dentro do canal auditivo), evitando constrangimentos no ambiente de trabalho.
“Aparelhos auditivos garantem a inclusão de pessoas com diferentes graus de perda auditiva, sem ônus para a função desempenhada no emprego. Assim, as empresas podem contar com aquele profissional mais experiente por mais tempo, trazendo benefícios tanto para o empregador quanto para o idoso”, comenta a fonoaudióloga.
Mais tempo no mercado do trabalho e também mais tempo nas salas de aula. Muitos adultos e até mesmo idosos vêm redescobrindo a sua vocação e iniciando um curso de especialização ou uma outra faculdade. E para isso a audição também é fundamental. Aliás, uma boa audição ajuda a manter o bom convívio em sociedade, seja entre chefes e colegas de trabalho, amigos de classe e professores, bem como ter sucesso nas tarefas do dia a dia.
Por isso, fica o alerta: para acompanhar os novos tempos no trabalho ou agarrar as oportunidades que surgem, é importante cuidar da saúde auditiva.