traumas na face
Foto: Freepik

As crianças sempre demandam mais cuidados em especial em relação aos traumas. Os traumas na face em crianças são comuns devido à sua natureza ativa e curiosa, além da tendência a se envolver em brincadeiras que possam causar injúrias físicas, acidentes esportivos e acidentes domésticos.

Esses traumas podem envolver lesões nos ossos, tecidos moles (como pele e músculos), olhos e dentes. Na região bucal esses traumas podem afetar o desenvolvimento dos ossos da face e a saúde dos dentes, podendo causar sequelas importantes no desenvolvimento para a fase adulta.

Principais causas dos traumas na face

As causas de trauma facial em crianças variam, mas algumas são mais prevalentes e precisam de atenção especial para prevenção e tratamento.

Quedas

A queda é uma das causas mais frequentes de trauma facial, especialmente em crianças pequenas que estão começando a andar, correr ou brincar. A cabeça e o rosto são as partes mais vulneráveis durante quedas, e os traumas podem envolver crânio, ossos da face, dentes e tecidos moles.

Os ossos das crianças são mais flexíveis e elásticos do que os dos adultos, e essa elasticidade pode diminuir a incidência de fraturas. Isso ocorre porque eles contêm uma maior quantidade de cartilagem nas suas estruturas, especialmente nas extremidades dos ossos longos, onde ainda estão em processo de ossificação (transformação em osso duro).

Entretanto, quando essas fraturas acontecem, tendem a ser mais graves e necessitar de cuidados imediatos de tratamento.

Acidentes Domésticos

Os acidentes domésticos são uma grande causa de trauma facial em crianças. Em casa, as crianças frequentemente se envolvem em situações de risco, como: queda ao solo; colisão com moveis ou objetos; queimaduras por objetos quentes ou líquidos.

Manter a casa segura, com proteção nas quinas dos móveis e evitando objetos que possam causar quedas. Supervisão constante é importante, especialmente para bebês e crianças pequenas.

Acidentes de trânsito

As lesões faciais em acidentes de trânsito (como atropelamentos, batidas ou colisões) são uma das causas de trauma facial em crianças, especialmente em áreas urbanas.

Crianças podem ser atropeladas enquanto atravessam pois não têm a percepção de perigo em relação ao trânsito. Além disso, a falta de uso de cadeirinhas ou cintos de segurança adequados aumenta o risco de trauma facial em acidentes automobilísticos.

Atividades esportivas

Práticas esportivas, como futebol, basquete, skate, patins e ciclismo, podem resultar em lesões faciais devido a quedas ou colisões com outros jogadores, objetos ou ao solo. Os traumas mais comuns incluem fraturas dentárias, lacerações e cortes na pele que podem ser acompanhadas de fraturas nos ossos da face. Em casos mais severos, todas essas lesões podem estar associadas e requererem tratamento imediato por médicos e dentistas especialistas.

Uso de equipamentos de proteção, como capacetes, protetores bucais, joelheiras e cotoveleiras, especialmente em esportes de contato ou de risco de quedas.
Deve-se manter a carteira de vacinação atualizada!

Brigas e conflitos

Embora as brigas que envolvam trauma importante não sejam comuns em crianças muito pequenas, em idades mais avançadas (especialmente durante a adolescência), as disputas físicas entre colegas ou irmãos podem resultar em lesões faciais. Essas lesões podem causar cortes ou lacerações no rosto e fraturas ósseas em especial a região malar, nariz ou mandíbula.

Queimaduras

As queimaduras, especialmente causadas por líquidos quentes, fogo ou objetos quentes, são outra causa de trauma facial em crianças. O rosto é uma área muito sensível e vulnerável a esse tipo de lesão.

A prevenção é sempre a melhor opção, realizando supervisão constante, especialmente em áreas da casa onde há risco de queimaduras, como cozinha e churrasqueira; utilizar protetores em tomadas e objetos quentes e educar as crianças sobre os perigos do fogo e da eletricidade.

Lesões acidentais com objetos cortantes

Crianças pequenas podem se ferir acidentalmente com objetos cortantes ou perfurantes, como facas, tesouras ou brinquedos com pontas afiadas. Essas lesões podem causar cortes ou lacerações na pele do rosto, especialmente ao brincar sem supervisão.

Ataques de animais

Em algumas situações, crianças podem ser mordidas ou atacadas por animais domésticos (como cães ou gatos) ou animais que vivem nas ruas. Essas mordidas podem resultar em lesões faciais, como cortes e perfurações, principalmente nas regiões da boca, nariz e olhos. Importante a advertência e supervisão constante ao brincar com animais, vacinação e treinamento adequado de animais domésticos.

A prevenção é a chave

Os traumas faciais em crianças podem ser causados por uma variedade de situações, mas muitos desses acidentes podem ser prevenidos com educação, supervisão e medidas de segurança. A prevenção é a chave, especialmente em atividades de risco como esportes, brincadeiras intensas e no trânsito.

A atenção constante aos comportamentos das crianças e a criação de ambientes seguros são fundamentais para minimizar as chances de lesões faciais. Caso ocorra algum trauma, é importante procurar orientação médica e ou odontológica imediata, especialmente se houver sinais de fratura, sangramento intenso e nos casos de traumas que envolvam dentes e arcadas dentárias.

    Dra. Martha Salim

    Colunista

    Doutorado em Cirurgia Bucomaxilofacial (UNESP), Mestrado em Patologia Bucodental (UFF), Especialização em Cirurgia Bucomaxilofacial (UERJ), Capacitação em Odontologia Do Sono, Capacitação em Sedação com ÓXido Nitroso, Graduação em Odontologia (UFES), Atua como professora de Cirurgia Bucomaxilofacial da UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO, Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, Revisora Científica das Revistas: Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery (JBCOMS) e Brazilian Dental Science (BDS), Autora dos livros "Cirurgia Bucomaxilofacial: diagnóstico e tratamento" (1 e 2 edições), Anestesia Local e Geral na Prática Odontológica, além de colaborar com 38 capítulos de livros e artigos científicos publicados. @dramarthasalim

    Doutorado em Cirurgia Bucomaxilofacial (UNESP), Mestrado em Patologia Bucodental (UFF), Especialização em Cirurgia Bucomaxilofacial (UERJ), Capacitação em Odontologia Do Sono, Capacitação em Sedação com ÓXido Nitroso, Graduação em Odontologia (UFES), Atua como professora de Cirurgia Bucomaxilofacial da UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO, Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, Revisora Científica das Revistas: Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery (JBCOMS) e Brazilian Dental Science (BDS), Autora dos livros "Cirurgia Bucomaxilofacial: diagnóstico e tratamento" (1 e 2 edições), Anestesia Local e Geral na Prática Odontológica, além de colaborar com 38 capítulos de livros e artigos científicos publicados. @dramarthasalim