Saúde

Vacina contra a gripe: tire suas dúvidas sobre o imunizante

Campanha de vacinação contra a influenza avança lentamente no Espírito Santo; infectologista tira dúvidas sobre a importância do imunizante

Vacina
Foto: Adessandro Reis

Com a chegada da época mais fria do ano, os governos preparam a campanha de vacinação contra a gripe que, em 2025, começou no dia 7 de abril. Mas a adesão à vacina está baixa no Espírito Santo, com 17% do público-alvo vacinado até o momento.

A vacina contra a Influenza entrou, neste ano, no Calendário Nacional de Vacinação, devendo ser aplicada de forma rotineira em crianças de 6 meses a menores de 6 anos, idosos com 60 anos ou mais e gestantes, públicos que possuem meta de 90% de cobertura vacinal.

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Também devem ser vacinados as pessoas que fazem parte dos grupos especiais definidos em estratégia complementar, como os trabalhadores da saúde, puérperas, professores, povos indígenas, pessoas em situação de rua, profissionais das forças de segurança, caminhoneiros, portuários, trabalhadores dos Correios, população privada de liberdade e pessoas com doenças crônicas ou deficiência permanente

Mesmo com a importância da vacina para a prevenção de casos graves, muitas pessoas ainda têm dúvidas do imunizante. A infectologista Martina Zanotti, do Vitória Apart hospital, listou as principais dúvidas para esclarecer a todos.

Mariana Zanotti
Médica infectologista, Mariana Zanotti. Foto: Divulgação

O que é o vírus Influenza e o que ele causa?

É um vírus respiratório que causa a gripe, doença que pode se apresentar de várias formas, desde quadros leves até quadros muito graves, com pneumonia e até mortes. Quadros graves são mais comuns em pessoas com alguma comorbidade, idosos e crianças até 6 anos.

Quando infectada, a pessoa pode apresentar febre, dor no corpo e cansaço. A partir do quarto dia, os problemas respiratórios tendem a aumentar. A transmissão acontece por meio de gotículas de tosse, espirros ou pela fala da pessoa infectada.

Por que a vacina protege contra o vírus Influenza?

A vacina contém os vírus mais circulantes de forma inativada (vírus “morto”), que estimula nosso corpo a produzir anticorpos protetores.

Quando a vacina é administrada, o organismo é “enganado” pela presença do patógeno e, por mais que esses “vírus mortos” sejam completamente incapazes de causar uma infecção real, o sistema imunológico estimula a produção de anticorpos contra a doença e cria uma memória nas células para que elas aprendam a se defender de um eventual vírus ativo.

Tomei a vacina no ano passado, preciso me vacinar novamente agora?

Sim, porque a proteção média da vacina dura de 6 meses a 1 ano e todo ano a composição da vacina é modificada, de acordo com os tipos de vírus Influenza que mais estão predominando.

Posso sentir algum tipo de sintoma após a vacinação?

A vacina é muito segura e bem tolerada, os efeitos colaterais são principalmente locais (dor, vermelhidão e inchaço no local da aplicação), dor no corpo e febre, que costumam ser leves e passageiras.

Febre, mal-estar e dor muscular acometem menos de 10% dos vacinados, geralmente na primeira vez em que a vacina é administrada.

A vacina contra influenza pode causar gripe?

Não. O vírus que compõe a vacina é morto, não tem como causar doença. Durante o processo de fabricação, esses vírus são inativados, ou seja, mortos pelo uso de substâncias químicas, irradiação ou calor.

Posso tomar outras vacinas junto com a da gripe?

Sim, qualquer vacina do calendário pode ser feita de forma concomitante. O próprio Ministério da Saúde, em sua Nota Técnica, recomenda aproveitar a visita ao posto para atualização da caderneta.

É verdade que, ao me vacinar, também protejo as pessoas ao meu redor?

Sim. Além da proteção individual, diminuindo o risco de contrair a doença ou, caso a infecção aconteça, de desenvolver complicações, há o benefício comunitário.

Quanto mais pessoas vacinadas, menor será a circulação do vírus na sociedade, minimizando os riscos e garantindo a proteção coletiva. E isso vale para todas as outras vacinas também.

*Texto sob supervisão da editora Erika Santos

Lucas Gaviorno, estagiário do Folha Vitória
Lucas Gaviorno *

Estagiário

Estagiário do Folha Vitória, graduando em Jornalismo, pela Faesa, e em Letras, pelo Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes)

Estagiário do Folha Vitória, graduando em Jornalismo, pela Faesa, e em Letras, pelo Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes)