Infertilidade: saiba o que fazer para evitar essa condição

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Dra. Layza Merizio Borges

Não há dúvidas para a Medicina que a fertilidade humana vem caindo progressivamente ao longo dos anos. Um relatório recente sobre infertilidade, publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mostra que cerca de 1 a cada 6 pessoas (17,5%) no mundo enfrenta dificuldades para engravidar.

O adiamento da maternidade tem colaborado para a queda na taxa de gestações naturais e aumentado a procura por tratamentos de reprodução humana para realizar o sonho de se ter um filho.

Mas não são apenas as mudanças no comportamento das mulheres que vem reduzindo as chances de gravidez: a exposição a toxinas do meio em que vivemos e estilo de vida têm sido cada vez mais estudados como fatores prejudiciais. Além disso, pesquisas tem revelado que a queda na fertilidade também é masculina.

Saiba quais são as principiais causas da queda da fertilidade:

* Maternidade tardia

A idade feminina avançada é o principal fator que leva à diminuição da reserva ovariana. Com as mulheres adiando a gravidez pelos mais diversos motivos, quando decidem engravidar, podem encontrar desafios de concepção devido ao envelhecimento dos óvulos.

* Estilo de vida

Hábitos como tabagismo, consumo excessivo de álcool, alimentação inadequada e exposição a toxinas ambientais, podem ter um impacto negativo na saúde reprodutiva e, potencialmente, acelerar a diminuição da reserva ovariana.

* Estresse

O estresse crônico pode afetar negativamente a função ovariana. Várias pesquisas sugerem que o estresse pode influenciar o equilíbrio hormonal e levar a problemas de fertilidade.

* Exposição a substâncias químicas

A exposição a produtos químicos nocivos no ambiente, como pesticidas e produtos químicos industriais, tem sido associada a problemas de fertilidade e pode acelerar a diminuição da reserva ovariana.

* Obesidade

A obesidade pode levar a desequilíbrios hormonais que afetam a fertilidade.

* Poluição do ar

Algumas pesquisas indicam que a exposição ao ar contaminado com substâncias químicas tóxicas pode estar associada a problemas de fertilidade.

* Dieta e nutrição

Uma dieta pobre em nutrientes essenciais e rica em alimentos processados pode afetar a saúde reprodutiva.

* Genética

A genética também desempenha um papel importante na reserva ovariana e mulheres com alterações genéticas específicas podem apresentar insuficiência ovariana prematura, como na Síndrome do X Frágil.

* Redução da produção de espermatozoides

De acordo com o livro Contagem Regressiva, “nosso mundo moderno está ameaçando a contagem de espermatozoides, alterando o desenvolvimento reprodutivo masculino e feminino e ameaçando o futuro da raça humana”, escrito pela Dra Shanna Swan, a produção de espermatozoides caiu pela metade nos últimos 40 anos. A publicação trouxe uma meta análise de 185 estudos publicados nos últimos 30 anos, com 43 mil homens de 50 países. Segundo a Dra. Swan, se continuarmos neste ritmo, a taxa de homens inférteis será de 41% em 2050.

Dica

Para as mulheres que desejam ser mães é importante não deixar para depois dos 35 anos: quanto mais tarde tentam engravidar, menores são as chances de sucesso. Caso tenham dúvidas sobre a maternidade, busque se informar: é fundamental que toda mulher conheça o próprio corpo e suas possibilidades, para ter escolhas no futuro.

O congelamento de óvulos é uma alternativa segura para quem irá adiar a maternidade e deve ser feito em idade adequada para que os óvulos estejam jovens e saudáveis, melhorando assim as chances de concepção, idealmente ao redor dos 30 anos.

Além disso, busque um estilo de vida saudável, em que a atividade física e uma dieta equilibrada sejam hábitos contínuos. Evite vícios nocivos e condições de estresse excessivo.

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Dra. Layza Merizio Borges

Médica. Mestre (IAMSPE-SP) e Doutora (UNIFESP) em Reprodução Assistida. Título de Especialista em Reprodução Assistida pela Associação Médica Brasileira e pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Membro internacional da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE). Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) e de Reprodução Assistida (SBRA). Responsável Técnica do Instituto de Medicina Reprodutiva. @medicinareprodutiva