A técnica de enfermagem Giani Corrêa Coutinho, de 49 anos, considerada o caso mais grave do surto de infecção respiratória entre funcionários, acompanhantes e pacientes do Hospital Santa Rita, em Vitória, recebeu alta da UTI do hospital nesta quarta-feira (5).
Ao ser levada para um quarto da unidade, Giani foi surpreendida com corredores do hospital repletos de colegas de profissão, que aplaudiam e carregavam balões.
Muito emocionada, a técnica de enfermagem acenou e chorou com o carinho dos profissionais. “Brigada, muito obrigada”, disse Giani, que mandou beijos para os colegas. Uma das amigas declarou: “Você venceu!”.

Giani precisou ser intubada durante o período de internação e foi extubada na última quinta-feira, 30 de outubro. O procedimento foi comemorado pela coordenadora do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Santa Rita, Carolina Salume.
“Ela foi extubada na quinta-feira e hoje já andou sem oxigênio. Realmente, a melhora dela foi surpreendente e a gente está muito feliz com esse resultado”, disse Carolina Salume.
Segundo o secretário estadual de Saúde, Tyago Hoffmann, a técnica de enfermagem tinha sintomas comuns aos outros pacientes internados no hospital.
“São sintomas respiratórios, algum tipo de doença respiratória, muito parecido com uma pneumonia bem aguda, bem grave. Os sintomas são: cefaleia, dores de cabeça forte, dores pelo corpo, febre, entre outros sintomas de algum tipo de vírus respiratório”, relatou.
As primeiras informações em relação ao surto no Hospital Santa Rita começaram no fim de semana dos dias 17 e 18 de outubro.
No boletim epidemiológico divulgado pela Sesa na segunda (3), 96 casos eram considerados suspeitos por apresentarem, de acordo com o hospital, “alterações radiológicas sugestivas de pneumonia”. Entre eles, seis pessoas permaneciam internadas.
Testes reforçam possibilidade de histoplasmose
A principal hipótese é a de que o surto tenha sido causado pelo fungo histoplasma, comum em fezes de morcegos e aves, como pombos. A presença do agente foi confirmada em amostras analisadas pela Fundação Oswaldo Cruz.
Hoffmann disse que oito novos casos de histoplasmose foram confirmados pela Fiocruz nas análises de sangue dos pacientes acompanhados. Com isso, o total de pacientes com diagnóstico de infecção fúngica chegou a nove.