Você já parou para pensar em como a cultura da sua empresa influencia diretamente no desempenho do time e nos resultados do negócio? Muitas vezes, ela é vista como algo intangível ou até abstrato, mas a verdade é que a cultura organizacional tem impacto real, mensurável e determinante no sucesso de qualquer organização.
O que é cultura organizacional?
A cultura de uma empresa começa pelo seu propósito, aquilo que motiva todos a estarem ali, dia após dia. É o conjunto de valores, crenças e práticas que definem como a organização se posiciona no mercado e como é percebida por clientes e colaboradores.
O desafio é que, embora grande parte dos líderes saiba explicar qual é o propósito da empresa, muitos colaboradores não se conectam a ele de verdade. Pesquisas mostram que apenas uma parcela pequena dos funcionários acredita fortemente nos valores da organização em que trabalha. Isso significa que boa parte não enxerga de forma clara a essência da marca nem o que a diferencia da concorrência.
E esse desalinhamento tem custo. Quando a cultura não está clara, os colaboradores não se engajam e a empresa perde credibilidade, tanto internamente quanto com os clientes.
A cultura precisa ser avaliada de forma personalizada, com flexibilidade para se adaptar às características próprias da organização e às mudanças do mercado.
A importância da cultura para os resultados
Uma cultura sólida e bem definida gera um efeito cascata positivo. Funcionários mais engajados criam melhores experiências para os clientes, a retenção de talentos cresce e a qualidade do trabalho se eleva.
Dados de pesquisas internacionais mostram que quando os funcionários sentem que o propósito da empresa conecta com seu trabalho, a taxa de rotatividade cai quase pela metade e a qualidade aumenta de forma significativa. Em contrapartida, quando a cultura é falha, surgem sintomas claros: dificuldade em atrair profissionais de alto nível, falta de agilidade para atender clientes, iniciativas de liderança que não decolam e até a perda de talentos para empresas concorrentes.
Por que pesquisas tradicionais não captam a essência da cultura
Cada organização é única. Por isso, modelos prontos que tentam classificar empresas em “cultura boa” ou “cultura ruim” não dão conta da complexidade real. Mais do que comparar com padrões genéricos, é fundamental entender a singularidade de cada negócio, seus valores internos e suas aspirações.
A cultura precisa ser avaliada de forma personalizada, com flexibilidade para se adaptar às características próprias da organização e às mudanças do mercado.
A estratégia pode até apontar o caminho, mas é a cultura que acelera a jornada.
No Brasil, 34% dos trabalhadores estão engajados com seus empregos, número superior à média global e da América Latina que é aproximadamente de 31%. Isso indica que cerca de 2 em cada 3 colaboradores atuam sem envolvimento real.
- 57% dos líderes de Recursos Humanos no Brasil reconhecem que gestores não estão conseguindo reforçar a visão desejada de cultura em suas equipes.
- 53% desses líderes afirmam que a liderança da empresa como um todo não se sente responsável por demonstrar os valores organizacionais no dia a dia.
- 56% das empresas que têm alta eficácia em inovação dizem também que têm uma cultura organizacional voltada para engajamento em inovação.
- Além disso, 75% dessas empresas contam com patrocínio ativo da alta liderança para sustentar essas práticas de inovação.
- 45% dos profissionais brasileiros declararam ter vivenciado altos níveis de estresse no dia anterior à pesquisa. Também foram relatados sentimentos como tristeza (20%), raiva (17%) e solidão (12%) entre uma parcela dos trabalhadores.
- Cerca de 44% das empresas brasileiras pretendem aumentar seu quadro de colaboradores em 2025.
- E 8 em cada 10 profissionais consideram importante participar de treinamentos sobre mapeamento comportamental.
Como transformar a cultura
Mudar a cultura não é tarefa simples, mas é possível e necessário. Algumas ações práticas podem fazer diferença:
- Defina propósito e marca com clareza: o ponto de partida é garantir que todos, do CEO ao colaborador recém-chegado, entendam por que a empresa existe e qual impacto deseja causar. O propósito precisa ser vivido e não apenas declarado.
- Reveja programas e comunicações: é essencial alinhar rituais, valores e práticas de gestão para que estejam conectados com a identidade da marca. A consistência fortalece a confiança.
- Transforme gestores em mentores: gestores não devem ser apenas cobradores de metas, mas guias que inspiram e orientam. Quando líderes atuam como mentores, aumentam o engajamento das equipes e reforçam a cultura desejada.
O futuro da cultura nas organizações
Com os avanços da tecnologia, o fortalecimento da diversidade e a valorização da experiência do colaborador, a cultura organizacional ganha cada vez mais relevância estratégica. Empresas que não investem nesse pilar correm sérios riscos de perder competitividade e relevância no mercado.
No Brasil, o setor de tecnologia segue em forte expansão em 2025, com crescimento de dois dígitos e uma previsão de demanda próxima a 800 mil novos profissionais. Além disso, a maioria das empresas de TI e telecom planeja manter ou ampliar seus investimentos, direcionando recursos para áreas como segurança cibernética, inteligência artificial generativa e big data. Esse cenário exige organizações com culturas mais adaptativas, inovadoras e voltadas para o aprendizado contínuo, já que a velocidade das transformações tecnológicas demanda maior alinhamento entre equipes e lideranças.
No varejo e na indústria, especialmente em empresas de pequeno porte e familiares, a resistência a mudanças ainda é um desafio. Essa dificuldade de adaptação compromete a adoção de práticas inovadoras e impacta diretamente a taxa de sobrevivência dos negócios, que continua baixa nos primeiros cinco anos de operação. Já no setor de serviços, a pressão do mercado digital tem acelerado a transformação, estimulando ajustes mais rápidos em processos e modelos de gestão. O recado é claro: a cultura organizacional deixou de ser apenas um diferencial competitivo para se tornar uma condição essencial de sustentabilidade em empresas de todos os portes e setores.
No fim das contas, a cultura é o que conecta pessoas, dá sentido ao trabalho e impulsiona resultados sustentáveis. Como costuma-se dizer: a estratégia pode até apontar o caminho, mas é a cultura que acelera a jornada.
A tecnologia pode ser uma valiosa aliada para todos nós, desde que seja utilizada de maneira equilibrada e segura, garantindo que todos nós tenhamos acesso seguro e informações confiáveis.
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