O óleo de rícino, extraído das sementes da mamona, é um dos produtos naturais mais versáteis quando o assunto é cuidado com o corpo e até mesmo tratamento medicinal. Usado tanto na indústria farmacêutica quanto em cosméticos, ele vem sendo redescoberto por pessoas que buscam alternativas caseiras e multifuncionais.
Do combate a fios brancos ao auxílio contra constipações, seu uso desperta curiosidade e também cautela.
PARA QUE SERVE ÓLEO DE RÍCINO
O óleo de rícino é considerado um produto multifuncional. Suas propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas e hidratantes explicam a variedade de aplicações possíveis. Ele pode ser usado na pele para melhorar a hidratação, nos cabelos para estimular o crescimento e dar brilho, além de desempenhar funções na medicina como laxante.
Na área cosmética, ganhou fama como aliado contra a queda capilar e no disfarce de fios brancos. Embora não pinte os cabelos, o óleo nutre os fios e cria uma aparência mais uniforme, diminuindo o contraste entre as madeixas pigmentadas e as brancas. Já na medicina, é conhecido há décadas como um laxante potente, indicado em situações específicas.
O QUE É ÓLEO DE RÍCINO
O óleo de rícino é extraído da planta Ricinus communis, popularmente chamada de mamona. Suas sementes contêm uma substância altamente tóxica, a ricina, mas durante o processo de extração do óleo essa toxina é eliminada, resultando em um líquido seguro para uso externo e, em alguns casos, interno.
Com consistência espessa e cor amarelada, o óleo tem composição rica em ácido ricinoleico, responsável por muitas de suas propriedades terapêuticas. Esse ácido graxo é um dos grandes diferenciais do óleo de rícino em relação a outros óleos vegetais, já que apresenta efeitos que vão desde a estimulação intestinal até a ação antibacteriana.
Historicamente, ele já foi usado em rituais medicinais, como combustível para lâmpadas e até como lubrificante de máquinas. Atualmente, além dos usos tradicionais, também integra formulações farmacêuticas e cosméticas, sempre com foco em sua versatilidade.
ÓLEO DE RÍCINO LAXANTE?
Um dos usos mais antigos e conhecidos do óleo de rícino está ligado à sua ação como laxante. Ingerido em doses controladas, ele provoca aumento nos movimentos intestinais, auxiliando no alívio da constipação. Seu efeito costuma ser rápido, mas também bastante intenso, razão pela qual seu consumo não é recomendado sem acompanhamento profissional.
A ação laxante se deve à capacidade do ácido ricinoleico de estimular os receptores do intestino, provocando contrações que aceleram a eliminação das fezes. Apesar disso, não deve ser usado de forma frequente, já que pode causar cólicas, desidratação e até dependência intestinal.
Além da constipação ocasional, historicamente o óleo de rícino já foi utilizado em situações médicas específicas, como a indução do trabalho de parto, embora esse uso seja controverso e restrito. Por sua potência, a ingestão inadequada pode trazer riscos, reforçando a necessidade de cautela.
ÓLEO DE RÍCINO NO CABELO
É no cuidado capilar que o óleo de rícino tem conquistado mais espaço nos últimos anos. Rico em nutrientes, ele é apontado como um aliado contra a quebra, a queda e a opacidade dos fios. Aplicado diretamente no couro cabeludo, pode estimular a circulação sanguínea local e, assim, favorecer o crescimento capilar.
Outro ponto relevante é a ação hidratante e selante. Como se trata de um óleo mais espesso, ele cria uma película protetora ao redor dos fios, reduzindo o ressecamento e o frizz. Pessoas com cabelos cacheados e crespos, que naturalmente tendem a ser mais secos, encontram no óleo de rícino um reforço para a nutrição e o brilho.
Quanto ao famoso uso contra os fios brancos, a explicação é simples: embora não haja pigmento no óleo que possa tingir os cabelos, sua aplicação constante pode deixar os fios brancos mais macios, nutridos e alinhados, tornando-os menos evidentes. Esse efeito visual gera a sensação de um cabelo mais uniforme e saudável, suavizando o contraste.
É importante destacar que, pelo fato de ser denso, o óleo de rícino pode ser difícil de espalhar. Por isso, muitas vezes é misturado a outros óleos vegetais mais leves, como o de coco ou de argan, o que facilita a aplicação e evita acúmulo excessivo.
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ÓLEO DE RÍCINO PARA PELE
Além dos cabelos, a pele também pode se beneficiar do óleo de rícino. Sua composição confere propriedades hidratantes e emolientes, ideais para quem sofre com ressecamento. Ao criar uma barreira protetora, ele ajuda a reter a umidade natural da pele, proporcionando maciez prolongada.
Outro aspecto é seu potencial antibacteriano e anti-inflamatório, que pode auxiliar em casos de pequenas irritações, acne leve ou inflamações cutâneas. Embora não substitua tratamentos dermatológicos, pode ser um recurso natural para melhorar a aparência da pele.
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Em cosméticos, o óleo de rícino aparece em formulações de batons, hidratantes e cremes para mãos, justamente pela sua capacidade de hidratar profundamente. Também é usado em massagens, já que sua textura facilita o deslizamento das mãos e promove sensação de relaxamento.
No entanto, por ser um produto concentrado, seu uso deve ser moderado. Algumas pessoas podem apresentar sensibilidade, desenvolvendo irritações. O ideal é sempre testar em uma pequena área antes de aplicar em regiões maiores.
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UM PRODUTO, MUITAS FUNÇÕES
O óleo de rícino atravessou séculos mantendo sua relevância. Da medicina tradicional ao universo da beleza, ele permanece como um recurso versátil, acessível e natural. Seus efeitos, porém, exigem cuidado: ingerido, deve ser administrado com orientação médica; aplicado no cabelo ou na pele, pede uso equilibrado para evitar reações indesejadas.
Entre mitos e verdades, o fato é que o óleo de rícino conquistou espaço definitivo na rotina de muitas pessoas. Seja para dar mais vida aos cabelos, suavizar os fios brancos, hidratar a pele ou atuar em situações médicas específicas, continua sendo um exemplo da força dos produtos naturais.
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