Fusões e aquisições batem recorde no 1º semestre
A inflação na Grande Vitória está maior do que a média registrada no resto do Brasil. Em junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,53% no país em relação a maio, enquanto na região metropolitana de Vitória o avanço foi de 0,59%.
O índice na capital do Espírito Santo, porém, registrou um acumulado nos últimos 12 meses de 8,88% ante 8,35% na média nacional, fazendo os capixabas sentirem ainda mais no bolso do que o restante dos brasileiros.
O economista-chefe da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e Diretor Executivo do Ideies Marcelo Saintive explica que a inflação no ES tem seguido o comportamento do Brasil como um todo, sendo possível explicar boa parte dessa carga inflacionária a partir principalmente de três grandes setores: alimentos e bebidas, transporte e o setor de energia.
“Mas esse meio ponto percentual a mais na região metropolitana de Vitória está muito concentrado em transporte, nos preços de combustíveis”, diz. “Apesar da alíquota de ICMS sobre a gasolina no estado não ser a maior, há uma questão específica do mercado capixaba, pois o estado não possui refinaria, fazendo com que haja um custo logístico de distribuição maior”, complementa.
Ele afirma que, além disso, no ES há uma concorrência menor do que em outros estados: “isso explica outra parte da diferença”. A gasolina no sudeste é a mais cara do Brasil, com o ES se destacando negativamente especialmente no preço do gás natural veicular, o mais caro do país.
“Outro fator que chama a atenção é a alimentação fora da residência, que também acelerou mais rapidamente que o restante do Brasil, o que também indica que o setor de serviços no ES está se recuperando da pandemia”, afirma Saintive.
Para os próximos meses, diante da crise hídrica, é esperado que aumente ainda mais a tarifa de energia, o que impactará o ES também.
Diante disso, há uma escalada de aumento da taxa Selic. A última reunião do Copom contou com aumento de 0,75 ponto porcentual (p.p), atingindo o patamar de 4,25% ao ano, o Copom adverte que há a possibilidade de elevar os juros básicos da economia no mesmo patamar da última reunião, ou até em um p.p. O BTG Pactual acredita que até o final de 2021 ela pode chegar a até 7,5%.
Para os investidores, essa expectativa de elevação na taxa Selic até o fim do ano, que segundo o BTG Pactual pode chegar a 7,5% ao ano em 2021, é uma oportunidade para investir seus recursos em produtos pós-fixados. Nessa modalidade, há CDBs, LCIs, LCAs, CRIs, CRAs, debêntures, entre outros.
“A elevação dos juros, em termos de posicionamento de produtos, é sempre interessante estar atrelado ao CDI para aproveitar esse ganho. Por isso, a tendência é que nos próximos meses, ofertas menos atrativas ligadas a esse indicador sejam emitidas pelos bancos”, afirma Leonardo Coser, Head de Renda Fixa do time de Portfolio Solutions da APX Invest.
“Em suma, vale destacar que no aumento da Selic, é interessante se manter atrelado a títulos que estejam ligados à taxa básica da economia brasileira. Essa é a melhor maneira de aproveitar essa curva crescente dos juros. Também há uma oportunidade de rever as posições pré-fixadas, com atenção com a possibilidade de haver retornos negativos dependendo do momento de entrada do investidor”, acrescenta.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória