Economia

Tentando evitar falência, Itapemirim entra com pedido de recuperação judicial

A empresa tem seis meses para apresentar um plano de negócios e chegar a um acordo com os credores, que podem decidir se aceitam no prazo estipulado de 180 dias

Tentando evitar falência, Itapemirim entra com pedido de recuperação judicial Tentando evitar falência, Itapemirim entra com pedido de recuperação judicial Tentando evitar falência, Itapemirim entra com pedido de recuperação judicial Tentando evitar falência, Itapemirim entra com pedido de recuperação judicial
Foto: Lucas Roberto da Silva Pereira

A empresa Itapemirim protocolou na última segunda-feira (07), um pedido de recuperação judicial na 13º Vara Cível Especializada Empresarial, de Vitória. A medida, que envolve as empresas Viação Itapemirim, Transportadora Itapemirim, ITA – Itapemirim Transportes, Imobiliária Bianca, Cola Comercial e Distribuidora e Flecha Turismo Comércio e Indústria, busca evitar a falência das empresas.

Através de nota, a empresa disse que a ‘decisão foi tomada diante do agravamento da conjuntura financeira e econômica pela qual passa o país e considerada a melhor decisão em razão do quadro atual. O objetivo é dar continuidade às atividades das empresas citadas, promover o equilíbrio financeiro, garantir o compromisso com os funcionários e fornecedores, a partir de um plano de negócios estruturado a ser aprovado pelos credores’.

O advogado cível Carlos Alberto Madella Junior, informou que de 2015 até agora, aumentou em 100% o número de empresas no Espírito Santo que entraram com pedido de recuperação judicial. “A recuperação judicial é um caminho seguro para reverter os problemas econômico-financeiros das empresas. Ela tem como finalidade superar a crise econômico-financeira da empresa devedora, permitindo a reorganização dos negócios, a manutenção da fonte de produção, do emprego dos trabalhadores e dos interesses daqueles que tem a receber, promovendo, desta forma, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. A recuperação judicial é pedida quando a empresa perde a capacidade de pagar suas dívidas”, explica o advogado.

Madella conta ainda que, com essa medida, a Itapemirim tem como reverter a situação financeira nesse momento de crise. “Após requerimento, a empresa tem seis meses para tentar um acordo com credores sobre um plano de recuperação que definirá como superará a crise financeira. A partir do requerimento de recuperação judicial, e a ciência do juiz, que analisa e se a documentação estiver completa, dá a decisão que autoriza a recuperação. Após a decisão, a empresa tem 60 dias para apresentar o plano de recuperação à Justiça, caso contrário, o juiz decreta a falência. Apresentando o plano, o juiz vai divulgar esse plano para que os credores se manifestem”, continua.

Os credores da Itapemirim podem não aceitar o plano, o que dificultaria a situação da empresa. “Os credores tem 180 dias, contados a partir da decisão, para aprovar ou não o plano. Caso aprovado, a empresa entra em processo de recuperação. Se não for aprovado, o juiz decreta a falência da empresa”, ressalta. 

Ainda, de acordo com Madella, a negociação entre as partes é intermediada por um administrador judicial nomeado pela Justiça, que funciona como intermediador entre a empresa, os credores e a Justiça. “É um processo baseado na transação e concessões mútuas e permite que credores e devedores apresentem as condições que acreditam ser razoáveis. No plano, é analisada toda a parte contábil, de produção, estoque e fluxo de caixa da empresa. É imprescindível fazer uma a projeção de como a empresa fará para organizar as contas. Sendo necessário mostrar aos credores como é que as dívidas serão adimplidas, em qual prazo e como fará isso”, completa.

“A foto que ilustra a presente matéria, inicialmente teve seu credito atribuído à “Autoaviação”, entretanto por força de decisão judicial, fez-se necessária a retificação de sua autoria”

Empresa vende 40% da frota

A empresa vem passando por dificuldades desde o ano passado. Em junho daquele ano, a Viação Itapemirim vendeu cerca de 40% de sua frota e transferiu 68 das 118 linhas que eram operadas pela empresa para a Kaissara.

Desde o ano passado até agora, cerca de 150 motoristas já foram demitidos da empresa, de acordo com o Sindicato dos Motoristas Ajudantes, Cobradores e Operadores de Máquinas Sobre Pneus do Sul do Estado (Sindimotoristas). 

A empresa foi fundada em 1953 pelo empresário Camilo Cola.