
Com 14 nomes em jogo – eram 15, mas um recuou –, o mercado político já calcula que a disputa pelas duas cadeiras ao Senado, no ano que vem, deverá ser tão ou até mais acirrada que a corrida pelo Palácio Anchieta.
Principalmente no que diz respeito à conquista do voto do eleitorado de direita. Dos 14, ao menos oito se identificam com essa parcela da população e devem formatar as propostas, bandeiras, diálogos e alianças para atingir esse nicho.
Hoje, quem mais tem despontado e agregado nessa corrida é o prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB), que conseguiu reunir expoentes lideranças e grupos em torno de sua pré-candidatura ao Senado.
Mas outros nomes também estão se movimentando.
Lançamento marcado
O Novo marcou para o dia 29 novembro o lançamento da pré-candidatura ao Senado do vereador de Vitória Leonardo Monjardim (Novo). Na data ocorrerá também o 2º Encontro Estadual da sigla.
O evento vai contar com a presença do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que terá o nome lançado a presidente da República aqui no Estado. Zema já tem percorrido o país em pré-campanha para viabilizar sua pré-candidatura à Presidência.
“O momento será de união das forças. Vamos construir um projeto para o Brasil e o Espírito Santo que valorizem a justiça, liberdade e prosperidade para todos”, disse o presidente estadual do Novo, Iuri Aguiar.
Monjardim é vice-presidente da Câmara de Vitória, está em seu segundo mandato de vereador e sempre se identifica como de direita e conservador.
Na Câmara de Vitória, ele é aliado e líder do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) – pré-candidato ao governo do Estado.
Mesmo com um filiado ocupando um posto de extrema confiança do prefeito, o presidente do Novo evita tratar de alianças agora: “Ainda não fechamos coligação para 2026”, afirmou o dirigente.
E a mesma postura para uma possível aliança com o PL, partido que, nacionalmente, o Novo tem estado bem próximo. “Quanto ao PL estamos em negociação e como já divulguei anteriormente, não iremos tomar nenhuma decisão nesse ano”.
Monjardim não tem nada a perder disputando o Senado. Pelo contrário. Mesmo que não consiga ser eleito, por ser vereador, ele não precisa renunciar para concorrer. Após o pleito, ele poderá voltar para sua cadeira na Câmara de Vitória, com maior visibilidade do que antes da disputa.
Reuniões e novo abrigo

O deputado estadual Wellington Callegari também está de olho na disputa ao Senado e começou a se movimentar.
Eleito pelo PL, ele percebeu logo que não teria espaço na sigla do senador Magno Malta – presidente estadual da legenda – para tocar o projeto, uma vez Malta quer eleger a filha Maguinha ao Senado.
Callegari, então, pediu para se desfiliar do partido sem o risco de perder o mandato parlamentar por infidelidade partidária. Ele recebeu o aval tanto do PL quanto da Justiça Eleitoral e agora está de malas prontas para ingressar no Democracia Cristã (DC) – a filiação ao novo partido não deve demorar.
Com a questão partidária resolvida, Callegari começou a colocar a pré-campanha na rua. Na última segunda-feira (06), o deputado promoveu um almoço com lideranças políticas de Norte a Sul do Estado, realizado no Clube de Tiro de Vila Velha, onde confirmou oficialmente seu projeto ao Senado.
No evento, Callegari recebeu o apoio do deputado estadual Zé Preto (DC): “É um momento importante para o Democracia Cristã. Estamos construindo juntos um projeto forte, com liberdade e diálogo. Tenho grande respeito pelo presidente Caram e pelo deputado Callegari, nosso pré-candidato ao Senado”, destacou Zé Preto, recém-filiado ao partido e um dos articuladores da entrada de Callegari.
Com reduto no Sul do Estado, Callegari também defende pautas do conservadorismo: “Muita gente imagina o Senado como um lugar de comodidade. Porém, as pautas da direita são urgentes e precisam ser defendidas com coragem. O Parlamento não pode se curvar às chantagens dos poderosos e dos grupos políticos que se perpetuam no poder”, afirmou o deputado.
Melhor estratégia?
Além de Euclério, Callegari e Monjardim, há mais cinco pré-candidatos que devem ir atrás do voto da direita na disputa ao Senado. Isso hoje, aos que já se apresentam para a corrida eleitoral com essa identificação
Quando há muitos pré-candidatos de um mesmo espectro político disputando um cargo majoritário, o eleitor sai ganhando: tem mais opções de escolha.
Para os próprios candidatos, também pode ser positivo, já que a candidatura funciona como um teste do nome nas urnas e, na maioria das vezes, mesmo sem vitória, o saldo é de crescimento político.
Já para o grupo como um todo, o cenário é desfavorável. Em disputas majoritárias – diferentes das proporcionais, onde há divisão de vagas –, vence apenas quem alcança o maior número absoluto de votos.
Assim, quanto mais nomes de um mesmo campo na corrida, maior a pulverização de votos e menor a chance de êxito coletivo.
Se há um projeto, de fato, de eleger mais nomes conservadores ao Senado, a estratégia precisará ser revista pelas lideranças de direita, sob pena de nadarem muito e morrerem na praia das urnas.
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